domingo, 13 de março de 2022

 

TRAVA-CARREIRA 1: Mentira não tem apenas perna curta, ela tem carreira curta.




Este artigo faz parte de uma série de 10 comportamentos comumente encontrados no mundo corporativo que podem ser desastrosos e, literalmente, travar a nossa carreira. A série será publicada todas às quintas-feiras pela manhã.

TRAVA-CARREIRA 1: MENTIR

Mentir no mundo corporativo é o caminho mais fácil para destruir completamente sua reputação. Eu lembro de um caso que aconteceu nos meus últimos anos trabalhando no Google. Um amigo querido que trabalhava em uma agência me mandou mensagem perguntando se eu conhecia um profissional que trabalhou lá entre 2004 e 2006, eles estavam com uma oferta pronta para enviar e queriam confirmar que o candidato realmente trabalhou com a gente e qualquer outra informação relevante. Quer você goste ou não - porque sei que o assunto é polêmico - é prática comum em muitas indústrias validar a qualidade do trabalho de outros profissionais, e muitas dessas checagens podem acontecer informalmente.

Eu não lembrava daquela pessoa. O estranho é que o escritório nessa época tinha apenas algumas dezenas de funcionários e todo mundo se conhecia. Nunca tinha visto aquele nome na vida. Como eu aprendi a nunca confiar apenas na minha memória, mandei um chat para uma colega das antigas perguntando, ela não lembrava e mandou para um outro, até que um deles nos disse que “mas não tem nada no perfil do LinkedIn dele dizendo que trabalhou aqui com a gente”. Eu o chamei até o meu computador e mostrei pra ele. Estava lá, então ele me pediu para atualizar a página e puff. Desapareceu.

Provavelmente ao ver que várias pessoas da empresa que ele tinha "trabalhado" estavam entrando no seu perfil, removeu rapidamente do seu histórico o tempo em que supostamente estava no Google. Era mentira. Esse tipo de comportamento não é aceitável e ele acabou não recebendo a oferta. Na verdade, esse caso acabou circulando entre algumas agências na época e colocou o nome do candidato na absoluta lama.

Reputação destruída

Quando a mentira acontece quando já se está dentro do ambiente corporativo, pode ser ainda pior. Há alguns anos eu trabalhei bem próximo de um gerente que tinha um desafio enorme no seu time: um membro da equipe mentia compulsivamente. No começo era sobre pequenas coisas: desculpas por não ter respondido um email, atraso com um projeto ou a falta de retorno para um cliente. Só que, conforme o tempo pessoal, o problema foi se agravando.

Ele começou a “matar” os familiares para justificar a ausência. Chegou ao cúmulo de um dia entrar na sala do gerente mancando dizendo que tinha sido atropelado por um carro ao vir de bicicleta para o trabalho. O gerente, preocupado com sua saúde, mandou que ele fosse embora e procurasse um médico para ver se algo mais sério tinha acontecido. O gerente, ao comentar o “trágico” caso do atropelamento com um outro colega, escutou: “O fulano? É mentira, eu o vi chegando e subi com ele no elevador. Estava normal e deu até uma corrida porque estava atrasado para uma ligação.”

Na segunda-feira, após o acontecido, o gerente chamou o fulano na sala, na qual ele entrou ainda mancando, e o confrontou. Disse que sabia que tinha mentido, que não havia acontecido nenhum atropelamento e queria entender porque ele tinha feito aquilo. A reação? O fulano simplesmente respondeu com um “okay” e saiu da sala. Entrou mancando e saiu normal.

Com o tempo descobrimos que na verdade ele inventou aquela história para adiantar uma viagem para a praia. Ele acabou deixando a empresa eventualmente, mas não antes de destruir totalmente sua reputação. Consegue imaginar o que aconteceria se alguém pedisse uma referência ao gerente? Ou até mesmo algum colega que trabalhou com ele? De novo: quer você goste ou não, isso acontece.

Não minta no seu currículo, não minta em uma entrevista e não minta no ambiente de trabalho. Mentira não tem apenas perna curta, ela tem carreira curta.



by Luciano Santos - Dir. de Vendas, Autor do Livro Seja Egoísta com sua Carreira - Linkedin Top

 

TRAVA CARREIRA 2: Brigar com a Realidade





Nas minhas conversas com inúmeros profissionais vejo muitos caírem na mesma armadilha, eles estão infelizes, entediados, não conseguem algo da forma que gostariam e gritam: por que o mundo não faz as coisas do jeito que eu quero e acho que tem que ser? A resposta é curta e simples: não é o mundo que tem que mudar, é você.

O Luiz, gerente de contas de um dos times que eu gerenciava, pediu para falar comigo. Ele estava indignado com algumas mudanças que foram implementadas e alteraria um pouco o escopo do seu trabalho. Ele queria entender o que tinha acontecido e a possibilidade de reverter a mudança, pois achava que não ia ter motivação para continuar na função daquela forma. Eu expliquei o motivo da decisão, dei contexto e fui honesto em dizer que era uma decisão final e não aberta a revisão.
 
Só que eu não parei ali, aproveitei para contar a minha experiência em situações parecidas com a que ele estava enfrentando. Eu já passei por algumas boas reorganizações na minha vida corporativa, e, por duas vezes, a mudança feita me afetou de uma forma que eu não queria ou inicialmente aceitava.

O que eu fiz? Eu mudei, não o mundo e não a empresa. Eu. Quando eu vi que o lugar que eu estava não me servia mais, procurei algo diferente. Na primeira vez eu fiz uma mudança interna e na segunda troquei de empresa.

Mudanças e reorganizações vão acontecer quando a gente menos espera ou quer. Quando isso acontece, é preciso analisar a situação e decidir se o novo jogo é um que você quer participar ou se é preciso procurar outro. A opção é ficar amaldiçoando e reclamando de forças que, na maioria das vezes, não podemos controlar. Eu vejo isso como um desperdício enorme de tempo e energia.

O Luiz levou meu conselho a sério, aplicou e passou para uma outra vaga interna alguns meses depois. Ele entendeu que se o lugar que está não nos serve mais, é nossa responsabilidade encontrar um outro.

Não brigue com a realidade, você sempre vai perder. Ache uma outra para fazer parte.



by Luciano Santos - Diretor de Vendas - Autor do livro Seja Egoísta com sua Carreira - 
      Linkedin Top


 

TRAVA CARREIRA 3: Não saber dar e receber feedback





Eu poderia escrever um livro inteiro sobre feedback e com certeza não seria possível cobrir tudo. Saber receber e dar é absolutamente essencial para todo profissional e ainda mais crítico se você está em uma posição de liderança. Muita gente treme com o simples pensamento de ter que dar feedback para alguém e range os dentes de raiva quanto tem que receber um. É algo bem desafiador de se fazer, principalmente no início, mas não dá para deixar de aprender.

Feedbacks são essenciais em qualquer ambiente corporativo, eles nos fazem enxergar pontos cegos, mapear áreas que precisamos melhorar e entender como os profissionais que estão ao nosso redor vêem o nosso trabalho. É puro crescimento. Por isso, temos que praticar bem essa habilidade e buscar ter maestria em dar e receber feedback.

Recebendo feedback

“Ela viajou, não concordo em nada com esse feedback. Eu nunca fiz isso”.

Escutei a frase acima quando um colega me falou sobre o feedback que recebeu de uma pessoa de outro time que compartilha o gerenciamento de um projeto com ele. Há algo que aprendi cedo em minha carreira e acredito firmemente: não existe feedback errado. Feedback é a percepção que alguém tem de você, e se determinada percepção existe sempre há algo que podemos fazer, mesmo que a gente não concorde com o que recebeu.

Quando receber um feedback, a primeira coisa a fazer é agradecer imensamente pela pessoa ter tido a coragem de te dar um presente desses. A maioria dos profissionais que você irá cruzar em toda sua carreira não fará isso. Claro que você pode pedir exemplos, para falar um pouco mais sobre o que aconteceu etc, mas não reaja negativamente, não rebata e não faça cara feia. Se fizer isso, a probabilidade de receber outro feedback da mesma pessoa irá cair drasticamente.

Depois de escutar o restante do desabafo, fiz um desafio para o meu colega: imagine, mesmo que você discorde totalmente, que você pudesse fazer algo para melhorar o ponto que ela trouxe. O que você poderia fazer? Um pouco desconfiado, ele refletiu e me disse 2 ou 3 coisas que poderia fazer para melhorar o relacionamento e a comunicação entre eles.

Será que o feedback estava totalmente errado mesmo? Talvez sim, mas sempre podemos fazer algo para melhorar qualquer situação. Eu falo que mudar ou adaptar algo por ter recebido um feedback, mesmo que a gente não concorde com ele, é o nível mais avançado de aceitá-lo, e incrivelmente poderoso para o nosso avatar profissional.

Eu sempre falo que feedback mesmo quando é ruim, é bom. O motivo? Quando alguém se dispõe a dá-lo, temos de agradecer e incentivar. Não se joga um presente fora.

Dando feedback

Por que as pessoas têm tanto medo de dar feedback? São muitos os motivos, elas não se sentem aptas por não terem sido treinadas, a cultura corporativa não incentiva a prática, não sabem como fazer, por onde começar e não querem correr o risco de ofender alguém. Esse último, o medo de ofender, é o mais comum.

Esses receios acabam fazendo com que muitas pessoas nunca recebam um feedbackzinho sequer no ambiente de trabalho, sendo surpreendidos com fofocas a seu respeito, avaliações baixas e, em casos mais extremos, até demissões. Isso é muito injusto com profissionais que precisam, se alguém não sabe onde precisa melhorar não terá a oportunidade de se desenvolver.

Você precisará de uma certa dose de coragem e de sair do lugar quentinho onde não se dá feedback para começar a praticar. Vai ser desafiador no começo? Vai, mas é necessário. Alguém vai se sentir ofendido? Vai, mas é para o seu próprio bem. Agora parte boa: há muita técnica e boas práticas que podem ser utilizadas para tornar o processo mais suave. Eu mapeei 7 passos para dar feedback com eficiência que pode ser um bom guia para quem quer começar ou mesmo aprimorar a forma como dá feedback, vamos a eles.

7 passos passos para dar um feedback poderoso:

1. Escolha um local adequado: sempre que vamos dar feedback para alguém, devemos fazer isso em um local isolado em que só estarão vocês dois. Parece besteira, mas, além de ser desconfortável ter essa conversa com mais pessoas ao redor, cada um reage de forma diferente. Uma vez, quando eu era um coordenador júnior, fui dar um feedback bem suave para um profissional e, por falta de sala, resolvi fazer no café da empresa. Quando ainda estava na metade, a pessoa começou a chorar. Logo várias pessoas vieram ao nosso encontro para perguntar o que estava acontecendo. Imagine a cena? Aprendi a lição.

2. Pergunte como a pessoa acha que está desempenhando no ponto que irá dar feedback: seja um projeto, um comportamento ou o desempenho da pessoa no ciclo, comece perguntando como a pessoa acha que está. Perguntas do tipo “como vai o andamento do projeto X” ou “qual é sua avaliação do seu semestre” são boas maneiras de entender como o profissional se enxerga. Escute atentamente, as informações que aparecerem aqui podem ajudar imensamente nos pontos 3 e 4.
O conteúdo deste artigo é parte do livro Seja Egoísta com sua Carreira, conheça aqui.

3. Comece com os pontos positivos: eu gosto de começar destacando os pontos positivos e fortes da pessoa. Todos nós, sem exceção, temos pontos a melhorar e pontos que mandamos muito bem. Começar logo com as áreas de melhoria pode ser um pouco desmotivador para alguns profissionais. Começar pelo o que está funcionando é uma ótima oportunidade de reconhecer o que é positivo na pessoa para depois entrar nos ajustes que precisam ser feitos.

4. Dê o feedback e exemplos: agora é hora de entrar no que precisa ser trabalhado. Eu sempre aconselho as pessoas a evitarem rodeios e irem direto ao ponto. Tem que trabalhar o comportamento? Diga: “há uma questão de comportamento que precisa ser trabalhada”. O projeto está atrasado? Diga: “o projeto está atrasado”. Direto ao ponto. Agora, o pulo do gato: SEMPRE exemplifique seus feedbacks. Usando os mesmos exemplos acima, na questão de comportamento: “você não tem contribuído muito nas reuniões, nas últimas três que participou não comentou nenhum dos pontos discutidos” ou “concordamos que o projeto seria entregue na data tal, já se passaram X dias e ele ainda não está pronto”. Feedback sem exemplo é igual pastel de vento: não tem conteúdo nenhum.

5. Escute: depois que o feedback for entregue, é hora de escutar. Pergunte se a pessoa entendeu o que você quis passar e se tem alguma dúvida sobre o que conversaram. Sinta o momento, algumas pessoas preferem digerir tudo que foi dito e outras já entrar nos pontos para entender mais. Não tem certo e errado.

6. Não terceirize: uma das piores coisas que se pode fazer em uma sessão de feedback é usar terceiros para validar seus pontos. “O fulano disse que você é agressivo”, “o ciclano acha que você não está colaborando”, “o diretor acha que você…” e por aí vai. Isso desqualifica o feedback e joga a responsabilidade no terceiro. Seja dono e responsável pela conversa.

7. Coloque-se à disposição de um papo adicional: acabada a sessão, coloque-se à disposição para ter uma conversa adicional sobre o que acabaram de discutir. Como eu já falei, algumas pessoas precisam de tempo para digerir o que foi conversado para então estarem prontas para uma conversa adicional e outras vão querer ir mais a fundo depois de alguma reflexão. Acomode essas necessidades.



by Luciano Santos - Dir. de Vendas, Autor do Livro Seja Egoísta com sua Carreira

Status: disponível

 

TRAVA CARREIRA 4: Fechar Portas





Todos nós vamos trocar de emprego um dia, a maioria vai trocar várias vezes durante toda a sua carreira. Quando isso acontecer, deixe a porta aberta. Bem aberta.
O conteúdo deste artigo é parte do livro Seja Egoísta com sua Carreira, conheça a obra aqui.

Não avacalhe, não deixe coisas por fazer, não deixe ninguém na mão e seja tão profissional nos seus últimos dias de trabalho quanto foi no primeiro. Na verdade, coloque até uma energia adicional para garantir que tudo vai continuar da melhor maneira possível quando você for embora.

Se decidir fechar a porta, saiba que não vai fechar apenas uma. Vai fechar com a empresa, vai fechar com o seu líder e com todas as pessoas que estão ao redor e vão escutar ela bater bem alto. Pode ser que uma delas, na empresa atual ou em alguma outra, seja a que vai responder o telefone quando alguém perguntar “você pode me passar referências do fulano?”

Ah, mas não é justo queimar um ex-funcionário” – a vida não é justa, e sou realista e observador o suficiente para te afirmar que isso pode e vai acontecer. Empresas são compostas por pessoas e, assim como na vida pessoal, elas contam as histórias que elas observaram. Quer você concorde com essa atitude ou não. Acabamos de falar como não devemos brigar com a realidade, né?

Por isso, tenha muita consciência das regras do jogo e de como cada um de seus personagens e partes funcionam. A mudança de emprego não é o fim de um jogo, é apenas a continuação do mesmo em uma fase diferente.


DiretDiretor de Vendas | Autor do livro Seja Egoísta com sua Carreira | LinkedIn Top 

quinta-feira, 10 de março de 2022

 

Pisando em Tomates - Tudo onde você pode falhar e ninguém fala.



Nessa edição do Pisando em Tomates vamos abordar os aspectos de combinar com os sócios a regra do jogo. algo que todos deveriam ter por prática antes de montar qualquer tipo de negócio. Por que? Porque Empreender é tomar tiro. E você, é o Alvo!!


Senta que lá vem pedrada !!



Uma das principais deficiências da maioria dos empreendedores é saber trazer pro time um perfil adequado. Seja seu sócio, cofundador ou seus colaboradores. Invariavelmente a primeira opção é chamar os amigos. Muitas das vezes por afinidade mais que por competência. Se trazemos por afinidade, escolhemos diminuir o conflito e aumentar o tempo de desenvolvimento do produto. Se escolhemos competência, escolhemos acelerar o processo de desenvolvimento do negócio e aumentar os conflitos. Na grande maioria das vezes de quem contrata por afinidade esquece de combinar com os russos quais são as regras de convivência. Tipo jogo de cartas.

Vamos lá, acho que a maioria já jogou buraco, certo?

Adolescente, minha família costumava passar férias nos na região de Poços de Caldas. Eram hotéis antigos e com grandes salas de mesas de carteado. Meus pais adoravam jogar e sempre encontravam outro casal disposto a uma partida de buraco. Meu pai sempre foi um cara pragmático tipo, como faço para chegar rápido no alvo? Já minha mãe, sempre olhava para meu pai para entender o momentum do jogo, pois era ele que sempre baixava as cartas. Era comum que os casais do outro lado, tivessem sinais de táticas combinadas sobre o que fazer e o que prestar atenção. Meus pais não ligavam e continuavam a jogar. Quando tudo parecia difícil meu pai jogava qualquer coisa na mesa, e era quando os outros subiam pelas paredes.


Entre trincas de coringas, de 4,5,6, 7 e o que lhe desse na telha, ele desmontava qualquer estratégia de canastras completas limpas que valessem muitos pontos. De certa forma, ele trazia todos pro seu patamar, enlouquecendo a “concorrência” e minha mãe, que acostumada com as loucuras dele, simplesmente se adaptava a “tática” (????) kamikaze, e passava a comprar todo o resto da mesa, deixando a concorrência à mingua. Como eles jogavam para se divertir, não perdiam a cabeça e sempre prestavam a atenção no parceiro. Os problemas vinham, e eles se adaptavam. A maioria dos outros casais nunca combinavam as regras antes, assumindo que são universais. Não, cara pálida, não são, não! Não raro via casais saindo da mesa prontos para romperem o casamento por perderem.


Leve pronto para consumir:

  • Não assuma que regras são universais. Tem que combinar o jogo antes;
  • Não culpe o outro. Fogo amigo não ajuda a resolver. Tenha conversas regulares com sua equipe de gestão procurando entender o que está além das palavras.
  • Não deixe elefantes na sala. Eu sei que ele sabe que estou chateado, magoado, p....! Não, cara pálida! Não sabe, não! Você tem que ser franco, aberto e não deixar isso corroer a amizade e os negócios;
  • Já falei para reforçar sempre a mensagem dos elefantes na sala?;
  • Os japoneses têm uma expressão “Fique fluido! ” ou seja, adapte-se as circunstâncias;



By Paulo Espanha é Venture Advisor, Corporate Mentor e empreendedor serial, sócio de diversas startups e Diretor Presidente da Riogamer, a maior e melhor associação de Game devs e e-Sports do RJ.