terça-feira, 27 de abril de 2021

 

5 dicas para começar a organizar as suas finanças


A especialista em gestão financeira do canal Grana Preta, Amanda Dias, ensina passos simples e práticos de economizar dinheiro, criar uma reserva de emergência e fazer investimentos seguros


Chega de passar sufoco com as contas de casa! Ter estabilidade financeira é essencial para melhorar a sua qualidade de vida, pois influencia diretamente no bem-estar físico e mental. A especialista em finanças e autora do canal Grana PretaAmanda Dias, compartilha cinco dicas simples e práticas para te ajudar a economizar e a investir dinheiro. Confira: 

1. Anote suas contas
Não controle seus gastos apenas em "pensamento". Anote-as em uma planilha, agenda ou planner para entender todas as suas despesas e fontes de receitas, o que te ajudará a organizar melhor o fluxo do dinheiro.

"As ferramentas de pagamento estão cada vez mais automáticas, o que prejudica a organização financeira, pois não dá ao cérebro a oportunidade de raciocionar em cima dos gastos feitos e nem de sentir a 'dor do pagamento', como é descrita a consciência de ver o dinheiro saindo", diz Amanda. Quando você anota as contas em um caderno, por exemplo, consegue assimilar seus gatos e até o hábito de poupar. 

2. Faça um planejamento
Depois de anotar o que entra e o que sai, é hora de organizar as datas de pagamento e para onde o salário será direcionado. "A maioria das pessoas espera o dinheiro cair na conta para planejar como vai gastar. Mas isso é um erro, pois, certamente, o dinheiro será destinado primeiro para aquilo que está ocupando mais o espaço mental", comenta a especialista. Ou seja, dê prioridade para quitar as contas essenciais, mesmo que o vencimento seja longo, para evitar empurar o gasto para o mês seguinte.

3. Reduza gastos
Os custos mensais de alimentação, o gás de cozinha e até a gasolina, por exemplo, são mais difíceis de reduzir, principalmente porque aumentaram de valor nos últimos tempos. "Mas uma boa aposta é economizar na energia elétrica, desligando os eletrônicos que não estão em uso e as lâmpadas ao sair dos cômodos", recomenda Amanda. 

Além disso, pesquise muito bem os preços dos itens de consumo antes de comprá-los e, ao sair de casa, tente resistir às tentações e compre só o necessário – para te ajudar, faça sempre uma lista. 

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o salário mínimo necessário para viver com o básico no Brasil em dezembro de 2020 deveria ser um pouco acima de R$ 5 mil. "Mas a maioria das pessoas precisa viver com um salário de R$ 1.100. Se você não ganha 5 mil por mês, busque formas de fazer renda extra, de preferência que você não precise investir muito", comenta a especialista. Algumas opções são participar de pesquisas online remuneradas e até vender itens que está se desfazendo. 

4. Reserva de emergência é essencial 
Assim que conseguir economizar nas contas, tente começar a guardar um dinheiro para a sua reserva de emergência. "Essa reserva deve conter o valor dos gastos essenciais mensais, todos aqueles com os quais a pessoa não pode viver sem, multiplicado por seis. Isso porque seis meses é o tempo médio que leva para se reestruturar financeiramente no caso de emergências", aponta Amanda. 

De acordo com a especialista, reservando 10% da renda mensal, no mínimo, o brasileiro leva de três a seis anos, em média, para montar a sua reserva. Por isso, é fundamental começar o quanto antes. Se você possuir dívidas, é indicado guardar dinheiro de qualquer maneira! "Separe o valor mensal que você deseja poupar e só depois, com a sobra, você senta na mesa para negociar um plano de quitação com a instituição que você deve. Você precisa fechar um acordo que caiba no seu bolso sem estrangular o seu orçamento", ela afirma. 

Preste atenção também nos juros: muitas instituições isentam os juros para que os inadimplentes consigam quitar as dívidas. "Além disso, há sempre a opção de trocar uma dívida cara, de juros altos, por uma dívida mais barata, com juros baixos, em outra instituição", completa Amanda. 

5. Procure seu estilo de investimento 
Você conseguiu economizar e criar sua reserva de emergência. E agora? Uma opção é começar a investir para aumentar seu patrimônio. Não há uma indicação genérica de investimento, pois é preciso observar o perfil de casa pessoa, valor disponível e frequência com que pretende investir. 

"Uma dica para quem quer começar, mas tem medo da instabilidade e de perder dinheiro, são os fundos multimercados. Com eles você investe em um único fundo com vários ativos diferentes, mesclando renda fixa. Eles são mais seguros", diz Amanda. Para fazer isso é importante buscar uma corretora de confiança, reconhecida pelo Banco Central e que possua cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para garantir ressarcimento do dinheiro caso a financeira quebre. Além, claro, da orientação de um especialista.


by Nathalia Fabro, Casa e Jardim

segunda-feira, 19 de abril de 2021

 

8 franqueadas que driblaram a pandemia




A pandemia criou obstáculos para todos os empreendedores brasileiros. E quando se trata das mulheres, alguns desafios foram ainda maiores.

Segundo um levantamento do Sebrae, 52% das empreendedoras tiveram que fechar suas empresas em algum momento por conta da Covid-19. Além disso, elas dedicam cerca de 18% horas a menos ao trabalho por acumularem as tarefas do lar e da vida profissional.

Ainda assim, elas também foram muito criativas para lidar com as adversidades causadas pelo coronavírus e contornar os percalços da crise.

Uma pesquisa do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas, apontou que as mulheres empreendedoras tiveram maior agilidade ao implementar inovações em seus negócios. A maioria delas (71%) já fazia uso de redes sociais e aplicativos da internet para comercializar seus produtos e serviços. Entre os homens, o percentual cai para 63%.

Talvez por conta dessa agilidade na adaptação, 34% das empreendedoras aumentaram o volume de vendas online na pandemia, contra 29% dos empreendedores.

No Franchising, não é diferente.

Existem muitas franqueadas demonstrando resiliência, determinação e competência ao gerenciar suas unidades durante um dos momentos mais críticos que o mercado já enfrentou.

Nesta matéria, vamos fazer um pequeno recorte desse grupo tão vasto e rico para apresentar algumas franqueadas que se destacaram na crise.

Priscila Cabral, franqueada da PremiaPão


Priscila enfrentava uma questão bastante comum entre as mulheres que são mães: a rotina do mundo corporativo já não permitia que ela pudesse aproveitar o tempo em família.  “Sai do emprego na área de RH e não queria mais chegar tarde em casa e só ver minha bebê à noite”, relembra.

Ao começar a buscar por microfranquias que pudessem gerar renda e promover mais flexibilidade, ela foi bastante criticada por abandonar o emprego e investir em um negócio na pandemia. Mas isso não a desanimou.

“Escutei que era loucura, que as coisas estavam incertas demais. Mas as vendas estão indo bem, graças às negociações que faço com os clientes que, mesmo com recursos reduzidos, entendem que a publicidade é importante”, comemora a empresária.

Com o modelo de negócio da PremiaPão é home based, ela ganhou em qualidade de vida e hoje está satisfeita com a forma de equilibrar família e trabalho.

Francisca Fortunato, franqueada do Bendito


Aos 52 anos, Francisca Fortunato já tinha decidido investir em uma franquia da Bendito, marca de cookies, brownies e cafés. A inauguração da loja, porém, coincidiu com o fechamento do comércio, em meados de março, o que trouxe desafios extras para a nova franqueada.

Apesar disso, Francisca não se deixou abater e foi passou a ter contato direto com os clientes da vizinhança, divulgando e entregando os quitutes da marca.

“Com planejamento e persistência, podemos superar todos os obstáculos que estão fora de nosso alcance. Arregacei as mangas, busquei forças e continuo, até hoje, com muito mais conhecimento e propriedade sobre o meu negócio, principalmente em liderar equipe, tomar decisões e perceber o que ainda precisa ser corrigido e o que está correto”, comenta.

Marcela Giani, franqueada da 5àsec


Marcela Giani estava fora do mercado de trabalho há 10 anos, com a missão de administrar a rotina da casa e da família.

Porém, no ano passado, um comentário do marido despertou a curiosidade de Marcela. Era um locker (armário digital) da 5àsec que tinha sido instalado no condomínio da empresa em que ele atuava.

Interessada pelo formato diferente no segmento de lavanderia, Marcela quis entender como funcionava o modelo de negócio.

A pandemia, porém, não atrasou seus planos de crescimento, pelo contrário. Vendo no nicho de limpeza uma ótima opção para empreender, ela se tornou franqueada da marca em julho de 2020 e, atualmente,  gerencia cinco operações – sendo uma loja física e quatro lockers.

Mariane Ribeiro Côco Scárdua, franqueada Multivix


Foi no início de 2020 que a advogada Mariane Ribeiro Côco Scárdua decidiu empreender com uma franquia da Multivix na cidade de Brejetuba, município com cerca de 12 mil habitantes, localizado no Espírito Santo.

Pouco tempo depois da inauguração, o coronavírus fechou muitos setores da economia, mas nem isso parou Mariane, que vem registrando crescimento gradativo de sua base de alunos.

Como a Multivix é especializada em cursos EAD, a procura por cursos à distância, que já vinha aumentando, disparou durante o ano passado.

Aproveitando o cenário favorável, a empresária tem obtido ótimos resultados com sua unidades e já está traçando os próximos passos: “o plano é consolidar o polo. Que o polo possa ser independente, financeiramente falando, e que nos proporcione um bom pró-labore. Também quero reinvestir no negócio”, destaca a franqueada.

Mariana Huber, franqueada Bibi Calçados


Com 10 anos empreendendo no franchising, Mariana já conhecia muito bem o segmento e tinha uma rede em vista: a Bibi.

Apesar de já ter se candidatado anteriormente para assumir uma operação há alguns anos e do processo não ter avançado na época, ela não desistiu de fazer parte da rede. E a oportunidade para isso apareceu, justamente, na crise.

De mudança para Curitiba, capital do Paraná, a empresária ficou sabendo do repasse de duas unidades da Bibi e se candidatou para ser a nova líder das franquias. Bem-sucedida no processo de seleção, reinaugurou as duas lojas, simultaneamente, em agosto de 2020.

Apesar dos desafios iniciais e de ter iniciado o negócio em um dos momentos mais críticos da crise do coronavírus, as unidades seguem em crescimento, e tiveram alta de 12% no último mês.

Simone Rebelo, franqueada da Nutty Bavarian


Depois de trabalhar no mundo corporativo por 23 anos, Simone Rebelo, profissional da área Tecnologia da Informação, sentia que empreender era o próximo passo de sua carreira.

Em 2015, ela escolheu deixa a carreira de executiva para abrir o próprio negócio como franqueada da Nutty Bavarian, franquia de nuts glaceadas.

Ela lembra que o início foi bem desafiador, mas a experiência conquistada ao longo dos anos a ajudou a liderar o negócio com maestria e abrir sete unidades da marca.

“Sobre a pandemia é um momento bem inesperado, e extremamente complexo porque estava em plano de crescimento. Entre as dificuldades, a principal é a questão financeira, embora tivesse um caixa muito bem administrado, precisei fazer investimentos próprios para sustentar todo o período sem fechamento de nenhum ponto”, relembra Simone.

Com muita dedicação, manteve as unidades na ativa, trabalhando com o delivery com os canais de aplicativo de entrega e tem garra de sobrar para continuar crescendo em 2021.

Karina Leal, franqueada Mr. Cheney


Aos 30 anos, Karina Leal trabalhava no segmento de beleza enquanto juntava dinheiro para investir no próprio negócio. A ideia era iniciar o negócio no ano passado, mas o coronavírus balançou os planos da empreendedora.

“Planejei investir em uma franquia em 2020, porém com a pandemia, tive que refazer os meus planos”, relembra.

Enquanto repensava o melhor caminho para seguir, um amigo franqueado do Mr. Cheney – rede de cookies tipicamente americanos – comentou que estava querendo repassar a sua unidade.

“A unidade estava operando em uma boa localização, no shopping Metropolitano Barra, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e com uma carteira de clientes ativa”, explica.

A empresária não deixou a oportunidade passar e assumiu a direção da franquia. A inauguração foi realizada em junho de 2020 e, após um mês, Karina afirma que, mesmo com as dificuldades econômicas da quarentena, a unidade já se paga. “A franquia que escolhi já estava em operação há quase três anos. Acreditei na economia do País e no know-how da franqueadora. Estou muito realizada”, comemora.

Simone Costa, franqueada CNA



Simone Costa é professora e atuava na área da educação antes de investir em uma franquia do CNA. Com muita vontade de abrir o próprio negócio, ela e o marido buscaram no franchising uma opção para empreender em um mercado que já conheciam.

Simone entrou na rede há 20 anos e, ao longo da sua trajetória, abriu quatro unidades. E nem o cenário de crise prejudicou o crescimento da multifranqueada.

Com as iniciativas de ensino á distância que o CNA implementou, Simone conseguiu driblar as dificuldades da quarentena para manter suas franquias em operação. Os resultados das inovações de 2020 foram tão importantes que a empresária já se prepara para abrir pelo menos mais duas unidades neste ano.


by Luiza Olinda - Guia Franquias de Sucesso



terça-feira, 13 de abril de 2021

 

5 verdades que a mulher de negócios deve conhecer




Ser mulher à frente de uma empresa já é uma realidade há algum tempo e os números só comprovam esse empoderamento. Atualmente, elas não somente são capazes, como constroem cada vez mais uma carreira sólida e de muito sucesso.

Segundo levantamento do Sebrae, temos no Brasil cerca de 7,9 milhões de empreendedoras, número que cresceu 34% ao longo de quatorze anos. Mesmo assim, nem todas estão seguras para trocar uma vida relativamente segura para embarcar no sonho do próprio negócio. Por isso, vale destacar alguns itens para essas que buscam estar no poder.

1. É possível ser mãe e empreendedora

Sim! A tarefa 2 em 1 — ser mãe e empreendedora — parece complicada, mas é bem possível. É claro que a mulher com esse perfil vai viver em uma constante “ginástica”, mas pode se tornar muito prazeroso ter uma rotina sempre dinâmica, repleta de novidades e desafios, além de cheia de afazeres.

Vale a pena lembrar que ser mãe e empresária requer uma dedicação extra para que nada saia do lugar ou perca o equilíbrio. Tendo esse cuidado, o cotidiano se tornará agitado, porém tranquilo, e a mulher sempre saberá como enfrentar todos os desafios.

2. Ter confiança e seguir sua intuição

Infelizmente, ainda é recorrente encontramos muitas pessoas que acreditam que uma mulher precisa ser chefiada por um homem. Apesar disso, as mulheres vêm lutando para ganhar seu espaço e respeito perante os homens que estão em cargos melhores ou iguais, por exemplo.

Já para as que estão à frente de um negócio, o respeito é maior e, muitas vezes, é esse exemplo positivo que vem impulsionando o sexo feminino a estar sempre procurando o próprio sucesso. O grande desafio é durante a trajetória nunca deixar de seguir sua intuição mesmo que durante o caminho apareçam diversas adversidades!

3. É preciso ter paixão e gostar do que faz

Não só isso, mas acreditar em si, em sua ideia e na capacidade de desenvolvê-la.  É preciso atualizar-se constantemente, seguir suas intuições e não desistir nunca.

E como as mulheres são consideradas as que mais apostam em um novo negócio, que realmente pensam em novas soluções para a sociedade, é essencial ter todos esses fatores como prioridade, para que a carreira cresça, se desenvolva e realmente seja um sucesso.

4. A união faz a força

Ninguém consegue abraçar o mundo sozinho.  Por isso, é preciso conhecer as fraquezas e buscar uma equipe ou um sócio que te proteja delas e que venha para somar.

Segundo Jim Rohn, ‘’você é a média das cinco pessoas com quem passa mais tempo’’, em outras palavras, é preciso estar rodeado de pessoas qualificadas e com a mesma linha de pensamento para que o trabalho ganhe um direcionamento e objetivo.

5. Estudar muito e potencializar o perfil de empreendedora

A recomendação é pensar grande, começar pequeno, mas crescer rápido. No entanto, a base que sustenta um negócio sólido passa por um tripé básico que consiste na parte técnica, de gestão e de empreendedorismo. Caso um desses itens não esteja resistente, a empresa desmorona.

A parte técnica e de gestão podem ser compartilhadas com outros parceiros, mas o perfil empreendedor tem que ser trabalhado constantemente para poder extrair qualidade como liderança, persistência, autoconfiança e comprometimento.


Este artigo foi enviado por Renata Piazera, sócia-fundadora da Fórmula Animal Farmácia de Manipulação Veterinária, para uso do Guia Franquias de Sucesso.

 

Home office é o desejo de todos a partir de agora?




Lembro-me que quando era criança, quando ouvia os “adultos” falarem sobre trabalho, sempre tinha alguém desejando mudar de cidade ou Estado. Há pouco tempo, o grande desejo de muitos era trabalhar em uma empresa moderninha, com videogames, puffs, salas de descanso, tobogãs, cozinhas equipadas e sei lá mais o quê para disfarçar o fato de que a vida pessoal deveria ficar no plano B porque a ideia era praticamente morar na empresa (mas esse tema fica para outro artigo).

De repente a gente se viu em meio a uma pandemia, e tudo mudou. Graças a necessidade de isolamento social para conter o vírus, o home office – com suas dores e delícias – virou realidade para a maioria dos profissionais. Muito mais do que uma necessidade para cumprir o isolamento, o home office é a oportunidade de fugir do trânsito, de ter mais tempo para a família, de comer melhor. Sempre foi o desejo de muitos e veio para ficar – é só ver o número de empresas que desativaram seus escritórios de forma definitiva, independentemente da pandemia.

Para muitas empresas, o home office era algo nunca imaginado, e pandemia foi a prova de que ele é viável, possível e produtivo. Ao mesmo tempo, muitos funcionários sentem falta da rotina do escritório, do almoço com os amigos.

Mesmo com tudo isso acontecendo no mundo, para alguns empresários colocar a equipe de home office ainda é um tabu e os velhos hábitos de gestão ainda permanecem confundindo presença com produtividade. Não é raro receber perguntas de gestores preocupados em como controlar a equipe e saber se estão no computador ou assistindo TV, quando a preocupação deveria ser, unicamente, se estão entregando o que pertence às suas atribuições ou não. Visões que precisam evoluir.

A meu ver, o home office é um caminho sem volta, e mostrou-se uma forma de trabalho excelente. E no pós-pandemia, o número de profissionais que vai preferir trabalhar de casa, ou ao menos trabalhar no formato híbrido – parte em home office, parte no escritório (ou em atividades externas) será enorme. Arrisco dizer que serão maioria.

Estar o tempo todo dentro de um escritório ficou, definitivamente, fora de moda.

Novos tempos.



by Camila Pacheco - Guia de Franquias de Sucesso

sábado, 3 de abril de 2021

 

Como reimaginar a segunda metade de sua carreira


Quando me formei na faculdade em 1995, a última coisa que imaginava era que me tornaria um gestor de UX design, na época uma área relativamente nova, na qual buscávamos garantir que clientes e usuários de nossos sites, aplicativos e programas tivessem facilidade em acessar nossos serviços. Meu sonho era ser músico profissional – uma estrela do rock –, e por vários anos persegui esse objetivo.

Consegui um estágio de seis meses no Soundtrack Studios, em Nova York, e de cara percebi que os estagiários faziam basicamente tudo o que os outros não queriam fazer. Eu trabalhava 50 horas semanais e recebia $150 por semana pelo meu tempo. À medida que aprendia mais sobre o setor de produção musical, descobri que a carreira era brutal, as oportunidades de emprego, escassas e o salário, minúsculo. Os assistentes de engenheiro de som – que estavam no ramo há anos – ganhavam reles US$6 por hora na época. Para mim, isso parecia insustentável. Foi então que decidi deixar meu sonho de músico profissional para trás e buscar uma nova carreira.

Arrumei um emprego em uma empresa chamada iXL como desenvolvedor front-end e designer gráfico. O desenvolvimento front-end em 1999, no auge da onda das ponto com, consistia, basicamente, em ser capaz de soletrar “HTML”. À medida que o trabalho evoluía, comecei a ler alguns livros que mudaram minha forma de encarar as coisas. Um livro em particular, “Information architecture for the World Wide Web”, de Louis Rosenfeld e Peter Morville, mudou completamente minha vida. Sou grato por ter tido a oportunidade de conhecer os dois autores do livro ao longo dos anos. Esse livro me colocou no caminho certo para me tornar um designer de UX e um designer de interação, e minha carreira começou a avançar nessa nova direção.

Passei por vários empregos durante a bolha das ponto com – foram tempos turbulentos, mas tive muita sorte. Eu venho de uma família de classe média dos arredores de Nova Jersey, tive pais que me apoiaram e recebi uma boa educação. Sempre consegui passar de um emprego a outro. Trabalhei na AOL por alguns anos e aprendi muito sobre o trabalho de um designer. Progredi ao ponto de montar uma equipe de design em uma empresa na Costa Oeste chamada Webtrends, que na época era a líder entre os provedores de análise web. Depois disso parti para Nova York, onde arrumei trabalho como responsável por montar e chefiar uma equipe de design na TheLadders, uma empresa online de busca de empregos para executivos.

Porém, às vésperas de completar 35 anos, tive um momento de pânico. Eu não conseguia imaginar como seria a segunda metade da minha vida profissional em termos de plano de carreira, salário, realização, enfim – tudo. O que eu podia esperar do futuro? Afinal, quanto mais degraus você sobe na carreira, menos opções restam – é apenas a natureza do jogo corporativo. Há pouquíssimos cargos de diretor de design C-Level.

Isso me fez refletir sobre como garantimos que nossos esforços, planos de carreira e viabilidade como membros importantes de organizações, comunidades e disciplinas se mantenham ao longo de nossa carreira. A resposta que encontrei foi relativamente simples. O trabalho para chegar até ela, nem tanto. É um conceito que chamo de para sempre empregável (o mesmo nome do meu novo livro) e que consiste no contínuo compartilhamento e redirecionamento de sua experiência, paixão e conhecimento para criar uma plataforma de liderança inovadora em torno de si. Ao se tornar um especialista reconhecido em seu domínio ou disciplina escolhida, você reverte o fluxo de leads e oportunidades de emprego. Em vez de você ter de procurá-los, eles vêm até você.

Tornar-se para sempre empregável não significa necessariamente sair do seu emprego. O conceito é igualmente aplicável àqueles que pretendem manter o emprego em uma empresa por um longo prazo e para aqueles que desejam prestar consultoria ou se tornarem autônomos.

Existem cinco conceitos principais que considero cruciais para ter em mente ao pensar sobre a segunda metade de sua carreira e construir esta plataforma:

Empreendedorismo. Nunca me considerei um empreendedor. É bem provável que você também não se veja dessa maneira. Porém, cheguei em um momento de transição que me obrigou a adotar uma mentalidade empreendedora e a me colocar e transmitir minhas ideias de forma proativa a fim de atrair oportunidades, conquistá-las e transformá-las em empreendimentos de sucesso. Esta é sua vida, seu negócio, seu emprego. Por isso, você tem de pensar sobre esse desafio como um empreendedor. Quem é meu público-alvo? Que problemas posso ajudar a resolver? Qual é a maneira mais eficaz de fornecer meu serviço a eles? Essas perguntas o colocam no caminho da construção de uma “startup” centrada em você.

Autoconfiança. Compartilhar sua experiência pode ser intimidante. Afinal, o que ainda não foi explorado no campo de gestão, marketing, vendas e transformação digital? Pode parecer que o assunto se esgotou, mas há uma história que ainda não foi contada: a sua. Suas singulares experiências de vida, os diversos caminhos que levaram à sua condição atual e os obstáculos que você superou constituem o núcleo de sua plataforma de experiência recém-descoberta. Ninguém mais tem isso. Lembre-se de explorar o filão profundo de habilidades e conhecimentos que lhe são exclusivos. Quando você chegar em um ponto crucial da sua vida, saiba que você tem algo único a oferecer – algo que ninguém mais possui. Identifique, assuma, e incorpore essa experiência. Sua experiência tem valor, seu conhecimento tem valor e você tem algo valioso a acrescentar à conversa. Ninguém tem a sua história. Tenha confiança naquilo que você conhece e se apoie nesse conhecimento ao assumir novos projetos.

Aprendizado contínuo. Tudo está mudando o tempo todo. A única maneira de se manter atualizado – ou melhor, ficar um passo à frente – é continuar aprendendo. Você aprende continuamente lendo blogs e livros, ou ouvindo podcasts e áudio livros criados por pessoas que podem ajudar a iluminar sua jornada; conversando com pessoas que podem explicar o que fizeram para alcançar o sucesso que desejavam  na vida; construindo comunidades de experiência e prática em torno de si, e constantemente explorando e testando novas experiências. Às vezes, suas tentativas terão sucesso; outras, não. Mas, desde que você aprenda algo a cada vez, sua experiência não terá sido em vão. Mantenha viva sua curiosidade. Tenha a mente sempre aberta às possibilidades que se apresentam para você. Experimente constantemente, aprenda com os resultados e tente de novo. Como meu instrutor de esqui costumava dizer: “Se você não cair, não vai aprender”.

Progresso contínuo. Se você tem aprendido continuamente e aplicado os resultados de suas experimentações à sua plataforma, sempre vai melhorar e progredir em tudo o que escolheu para se tornar para sempre empregável. Em seu popular TED Talk, Astro Teller, capitão de Moonshots do X (o laboratório de inovação do Google), explica que você deve manter o ceticismo entusiasmado em relação a tudo o que fizer. Em outras palavras, você deve sempre descobrir a melhor maneira de fazer algo. “O ceticismo entusiasmado não é inimigo do otimismo ilimitado”, salienta. Na verdade, é seu parceiro ideal. Não importa se você acredita ser um dos melhores na profissão que escolheu, manter o ceticismo entusiasmado significa que você está sempre procurando a melhor maneira de desempenhar seu trabalho. De fato, você está animado para encontrar essa maneira. O que você pode aprender com outros profissionais de sua área que obtiveram sucesso? E quanto aos líderes de outras áreas? O que eles fizeram para construir suas plataformas e o que você pode aplicar à sua?

Reinvenção. Essencialmente, tornar-se para sempre empregável tem tudo a ver com se reinventar. Eu comecei como designer, depois passei a gerente de design e estava prestes a me tornar um gerente de design top – ou pelo menos esse era o caminho que eu estava trilhando. Mas, por causa da experiência que passei a compartilhar, outras oportunidades surgiram em minha vida. Com a ajuda e o apoio da minha família, eu estava preparado para agarrá-las. Desde então, tenho me reinventado permanentemente. Nada é estático, e hoje o ritmo das mudanças é mais intenso do que nunca. Quase uma década atrás, a Amazon atualizava sua base de código a cada 11,6 segundos – basicamente, a empresa reinventava a maneira de atender os clientes cinco vezes por minuto. Em 2015, a Amazon ficou mais rápida – muito mais rápida – com atualizações do seu código a cada segundo. Imagine qual é esse número hoje. Em 2018, a Google revelou que executa mais de 500 milhões de testes por dia, o que equivale a mais de 4 milhões de relançamentos de sistemas existentes e novos todos os dias. Esse é o ritmo moderno de mudança. Se você deseja permanecer para sempre empregável, precisa estar pronto para se reinventar periodicamente. E isso vem ocorrendo em ciclos cada vez mais curtos.


by Jeff Gothelf - Harvard Business Review