quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

 

Você sabe qual o novo papel do TI?




Muitas vezes me deparo com comentários questionando até onde vai o papel dos profissionais de TI, em especial dos devs.

Se de um lado os desenvolvedores afirmam que as exigências vão muito além do código, e que no fim a pressão e a cobrança não são condizentes com a remuneração esperada, do outro lado os gestores muitas vezes questionam e criticam a atuação abaixo do esperado do seu time de TI frente aos desafios diários encontrados. 

Mas a verdade é dura e cruel. Em tempos de Transformação Digital não existem mais espaços para times de TI com comportamento passivo, ou seja, aquele time de TI que se esconde atrás de enormes processos burocráticos, modelos, métodos e frameworks em nome da qualidade de software, e que somente desenvolve código. 

Atualmente, as empresas que são dependentes de sistemas digitais esperam que os profissionais de TI tenham uma atuação mais proativa e inteligente nos projetos ou no desenvolvimento de produtos, afinal, dentre todas as pessoas que estão perdidas nesse momento de transformação digital, os profissionais de TI parecem ser os menos perdidos.

E esse é um dos principais motivos pelos quais nossa área ficou tão estratégica e valorizada. Mas só será recompensado o profissional que resolver mudar a sua atuação e sua postura de PROGRAMADOR para ANALISTA DE NEGÓCIOS. Ou seja:

usar mais cabeça e, menos, sair fazendo.

Então qual é a receita para tornar um time de TI ativo?  

Bom...além de DESENVOLVER, é necessário:

OXIGENAR a empresa com NOVIDADES TECNOLÓGICAS;

estar alinhado com os OBJETIVOS da empresa;

ter EMPATIA no atendimento ao CLIENTE;

CONTRIBUIR com a área de PRODUTOS na construção das SOLUÇÕES DIGITAIS;

Sugerir processos mais INTELIGENTES e EFICIENTES;

Ser EXPERT em PROCESSOS;

Garantir a QUALIDADE dos sistemas.

Mas para isso, é preciso:

Conhecer as REGRAS DO SISTEMA;

entender as REGRAS DE NEGÓCIOS e PROCESSOS;

ter conhecimento de UX e arquitetura digital;

entender e aplicar os TESTES, e elaborar scripts EFICAZES

ser PARCEIRO das outras ÁREAS;

Estar disposto a COLABORAR;

E para garantir eficiência nesse novo papel, devemos:

ser PROATIVOS;

ter SENSO DE URGÊNCIA;

SIMPLIFICAR soluções complexas;

COMPARTILHAR e buscar CONHECIMENTO

Investir no seu CRESCIMENTO PROFISSIONAL

experimentar NOVAS TECNOLOGIAS e ser antenado as TENDÊNCIAS

estar dispostos a COLABORAR (com o próprio time e com outras áreas);

ser FLEXÍVEIS e ÁGEIS.

Como agilistas, temos ainda a obrigação de:

melhorar a COMUNICAÇÃO entre todos os envolvidos;

entregar VALOR para a empresa;

evitar DESPERDÍCIO de esforço;

aprender a ERRAR e a ADAPTAR;

lidar com FEEDBACK constante;

E para nos mantermos atualizados ainda precisamos, como profissionais preocupados com nossas carreiras:

buscar CAPACITAÇÃO e conhecimento alinhados com NOSSOS próprios OBJETIVOS;

aprofundar nosso CONHECIMENTO;

ter um plano de CARREIRA PESSOAL (onde VOCÊ quer chegar?).

Enfim... só assim o time de TI:

será reconhecido como um time ESTRATÉGICO para a empresa;

terá mais poder de DECISÃO;

será mais OUVIDO e RESPEITADO;

também saberá quando é hora de CORRER e FAZER ACONTECER;

entregará software com QUALIDADE;

garantirá a ESTABILIDADE dos sistemas;

conseguirá propor SOLUÇÕES MELHORES;

será CATALISADOR de INOVAÇÃO!

Concordando ou não com estes pontos, é fato que as empresas baseadas em tecnologia esperam por profissionais assim no seu time de TI, mas também estão dispostas a pagar bem por isso. 

E você, está preparado para esse desafio?


by Fernando D´Angelo - Canaltech

sábado, 7 de janeiro de 2023

 

Aprendendo a lidar com o desconfortável: um importante passo para liderar melhor



Liderar significa se colocar frequentemente em situações desconfortáveis, principalmente em ambientes sujeitos a mudanças rápidas e constantes, como o setor de tecnologia. Uma conversa difícil com um colaborador, conflitos entre equipes e gestores, questionamentos sobre sua estratégia ou seu estilo de liderança são alguns exemplos de cenários que nos tiram da nossa valorizada zona de conforto. Para obter o melhor de si mesmo e, consequentemente, de seus liderados, é fundamental desenvolver a capacidade de se sentir confortável com o desconfortável.

De acordo com o portal sobre saúde mental Verywell Mind, o primeiro passo é reconhecer as coisas que incomodam e identificar os sentimentos que elas provocam. Saber quais gatilhos as situações desconfortáveis ativam e enfrentar esses desafios, em vez de simplesmente se afastar deles, é a maneira mais eficiente de aprender a lidar com o desconforto e crescer. Na posição de líder, é ainda mais importante desenvolver o “mindset de crescimento”, quando transformamos críticas e dificuldades em evolução.

Algumas pessoas se sentem naturalmente mais confortáveis em situações desconfortáveis, simplesmente porque escolhem ir constantemente além dos seus limites. Devo admitir que esse não é meu caso, e imagino que não seja o de grande parte das lideranças. Sempre tive muito medo de realizar atividades um pouco mais radicais, como fazer uma trilha de bicicleta ou descer um rio numa boia. A mesma sensação de desconforto que eu tinha no trabalho aparecia na prática dessas atividades: respiração curta, dificuldade de articular pensamentos mais complexos e um sentimento de impotência.

Entender quais situações causam desconforto e os sentimentos provocados por elas é chave para se adaptar melhor (Imagem: Elisa Ventur/Unsplash)


Um divisor de águas foi a compreensão de que minhas reações defensivas na vida pessoal se estendiam à vida profissional. Em situações como baixo desempenho de equipes ou pessoas inflexíveis, minha resposta invariavelmente era partir para o conflito até me considerar vencedor da disputa, um dos erros mais graves que um líder pode cometer. Quando você superestima sua importância ou opinião de maneira involuntária, automaticamente subestima seu time. O resultado é impedir o desenvolvimento dos colaboradores ou perdê-los para outras empresas.

Saindo um pouco da teoria e entrando na prática, o que se deve fazer para aprender a lidar melhor com os desconfortos do mundo corporativo? A literatura pode ser um caminho. O livro Deliberate Discomfort (“Desconforto Deliberado”, em tradução livre), em que cientistas analisam experiências de forças especiais norte-americanas em ambientes de batalha e suscitam a associação com situações desconfortáveis do nosso cotidiano, é um exemplo. Outro método é anotar, em um papel ou no bloco de notas do smartphone, as situações do dia a dia que causam desconforto, e então fazer algumas perguntas e tentar respondê-las para cada uma dessas situações: o que foi falado ou feito para disparar meu modo defensivo? Como eu reagi ao que foi dito? Estou presumindo uma intenção positiva das pessoas? Como as outras pessoas na sala perceberam minha atitude? Quais serão meus próximos passos?

Escrever sobre situações desconfortáveis nos ajuda a entender nossas emoções de forma mais pragmática e racional. É importante, também, não “fugir” dos episódios listados: se preciso, retome os temas com os colaboradores envolvidos até perceber que estão resolvidos. Outro aspecto a ser analisado é a reação do seu corpo nos momentos de desconforto. Pequenas ações como respirar profundamente e questionar seus interlocutores até ter uma percepção mais clara sobre o cenário em questão ajudam a evitar que sua mente entre no modo defensivo.

Como todos os hábitos, pessoais ou profissionais, aprender a lidar com o desconforto no ambiente de trabalho exige dedicação e repetição. Tornar-se um líder mais confiante e assertivo em situações desconfortáveis é fundamental tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para a evolução de seus colaboradores. Afinal, como diz a consultora Shelley Smith, nossa maior missão é ajudar os outros a atingir o potencial máximo.



by Paulo Monçôres -  Canaltech