terça-feira, 22 de dezembro de 2020

 

Como transformar uma ideia em negócio? Veja passo a passo para pilotar sua ideia!

Como criar uma startup?

Confira dicas de como criar uma startup e desenvolver um produto, serviço ou modelo de negócio completamente novo ou ainda pouco explorado.



Criar uma startup ou transformar uma ideia em negócio pode parecer uma tarefa difícil. No entanto, existem modelos enxutos, e mais fáceis, que o ajudarão a estruturar ou encontrar seu modelo de negócio. Entre eles, o Business Model Canvas é uma ótima alternativa, que vamos abordar neste artigo, além de outros formatos e etapas, que ajudarão a garantir o sucesso do seu empreendimento.

Vamos iniciar por um conceito, que tem estado muito em alta quando se fala em empreendedorismo – startup. Esse termo que têm crescido nos últimos anos, deixa empreendedores curiosos em como inserir sua ideia em um modelo inovador e escalável. Assim começaremos por ele:

Depois veja também Como montar sua loja on-line? Veja passo a passo. Além de Meu negócio tem potencial? Equacione sua ideia e descubra. E tudo sobre Funil de Vendas, que representa o trajeto que o cliente realiza até fazer a compra.

 O que é startup?


Uma startup ou start-up é uma empresa ou projeto realizado por um empreendedor para buscar, desenvolver e validar um modelo econômico escalável, em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas.

Startup, termo da língua inglesa sem tradução oficial para a língua portuguesa, é considerada também uma “empresa emergente”. Embora não se limite apenas a negócios digitais, uma startup necessita de inovação para não ser considerada uma empresa de modelo tradicional.

Desta forma, esse modelo de negócios possui o objetivo de atingir cenários incertos, ou seja, soluções que nunca foram desenvolvidas antes, sem esquecer o foco de escalabilidade e repetição. Sendo assim, deve ser um produto ou serviço que tenha o objetivo de atingir milhares de pessoas.

Empresas poderosas  como Netflix, Google e Uber são exemplos de serviços que surgiram de ideias inovadoras e com este perfil escalonável. Você tem o perfil empreendedor e deseja criar algo inovador? Confira abaixo alguns passos para criar uma startup.

Resolva a superfície, isto é, foque na ideia primeiro


Antes de mais nada, se você está iniciando um projeto que vai levar meses ou anos, o pontapé inicial pode ser a resolução da superfície de um produto ou serviço. É ela que seus clientes veem. Portanto, devemos prever como vão reagir a uma nova solução.

Concentrar-se na superfície permite que você avance rápido e chegue a respostas importantes, antes de se comprometer com a execução, como por exemplo, seu objetivo de longo prazo e as questões difíceis que devem ser respondidas.

Por exemplo, questões como:

  • Sua ideia é original? Traz realmente uma solução inovadora? É importante saber ouvir opiniões diversas.
  • Saber o tamanho do mercado.  É amplo suficiente? Isso o ajudará a identificar o tamanho do público em potencial, assim como, a possibilidade de desenvolvimento da empresa.
  • Deve-se também analisar se o seu modelo é simples de ser reproduzido, pois se for, você corre o risco de ter seu mercado atacado por vários novos empreendedores.

Aqui também você vai conhecer seu mercado: concorrentes, apoiadores, necessidades, em resumo, como ele funciona.

 Responda perguntas


Além disso, uma boa dica é ter um quadro branco para colocar suas ideias. Assim, mesmo quando o futuro parece óbvio, vale a pena especificar e escrever suas expectativas.

Escreva coisas como “Porque estou realizando esse projeto? Onde quero estar daqui a seis meses, um ano ou até cinco anos?”. Não se preocupe com a possibilidade de ser abrangente demais. O processo vai ajudá-lo a encontrar um progresso real mesmo diante da maior meta.

Ao começar pelo fim com essas perguntas, você enfrentará seus medos. Dessa forma, saberá para onde está indo e o que precisará enfrentar.

Nessa etapa, também começam a surgir perguntas como:

  • Como você vai monetizar?
  • Quem são seus consumidores?
  • Como você vai se conectar com eles?
  • Quais recursos e atividades você supõe que serão necessárias?

 Business Model Canvas

 Estruture suas hipóteses em um Business Model Canvas.

O Business Model Canvas é um modelo de gerenciamento estratégico e inicialização enxuta para desenvolver novos modelos de negócios ou documentar modelos existentes. É um gráfico visual com elementos que descrevem a proposta de valor de uma empresa ou produto, infraestrutura, clientes e finanças.

Confira os 9 blocos  para montar o mapa visual da sua startup no modelo Canvas:

 1 – PROPOSTA DE VALOR

O que sua empresa vai oferecer para o mercado que realmente terá valor para os clientes?

 2 – SEGMENTO DE CLIENTES

Quais segmentos de clientes serão foco da sua empresa?

 3 – OS CANAIS

Como o cliente compra e recebe seu produto e serviço?

4 – RELACIONAMENTO COM CLIENTES

Como a sua empresa se relacionará com cada segmento de cliente?

5 – ATIVIDADE-CHAVE

Quais são as atividades essenciais para que seja possível entregar a Proposta de Valor?

6 – RECURSOS PRINCIPAIS

Quais serão os recursos necessários para realizar as atividades-chave?

7 – PARCERIAS PRINCIPAIS

Quais são as atividades-chave realizadas de maneira terceirizada e os recursos principais adquiridos fora da empresa?

 8 – FONTES DE RECEITA

Quais serão as formas de obter receita por meio de propostas de valor?

 9 – ESTRUTURA DE CUSTOS

Quais são os custos relevantes necessários para que a estrutura proposta possa funcionar?

 Agora, veja imagens ilustrativas de gráficos visuais para desenvolver sua start-up.




Tenha uma equipe

 

Os criadores de uma startup sempre enxergam problemas de um modo diferente de qualquer outra pessoa. Assim, é importante a presença de ponto de vista discordante. Seja com informações básicas, novas ideias ou até uma observação inteligente de seus clientes.

Grandes desafios têm muitas nuances, e para entender o contexto completo, precisamos incorporar informações de muitas fontes. Em outras palavras, ninguém sabe de tudo, nem mesmo o CEO.

É impossível prever com exatidão o que as pessoas vão dizer e fazer, contudo, com a equipe certa, soluções inesperadas vão surgir. Confira o perfil de quem deve recrutar:

Definidor

É aquele que toma as decisões na equipe e administra o tempo do processo em geral. Assim como CEO, fundador, gerente de produto, designer-chefe.

Especialista em finanças

É aquele que pode explicar de onde vem (e para onde vai) o dinheiro. Bem como diretor financeiro ou gerente de desenvolvimento de negócios.

Especialista em marketing

Quem formula as mensagens da empresa. Como por exemplo, diretor de marketing, relações públicas ou gerente de comunidades.


Especialista no consumidor

Quem tem o papel de falar diretamente com os consumidores. Por exemplo: pesquisador, vendas ou atendimento ao cliente.

Especialista em tecnologia/logística 

É aquele que entende melhor o que sua companhia pode produzir e vender. Assim como diretor técnico ou engenheiro.

Especialista em design

Quem faz o design para o que sua companhia produz. Por exemplo: designer ou gerente de produto.

Defina o público alvo

Logo depois, você deve definir qual é o público mais importante de sua startup e qual é o momento crucial da experiência desse público. Aproveite seu mapa para se concentrar no alvo selecionado e esboce todos os eventos que ocorrem ao redor dele, esboçando soluções.




Mapeie sua startup

Por fim, um mapa servirá para afunilar um desafio abrangente e chegar a um alvo específico, oferecendo uma estrutura para esboços e o protótipo da solução.

Essa etapa te ajudará a não se perder, e ainda vai aliviar a sobrecarga na memória a curto prazo de cada um ao criar uma startup. Sabemos que existe um longo caminho pela frente, mas isso é o inicio de algo que pode ser grande. Portanto, não subestime sua ideia!

Por fim, veja também Quem são os consumidores do futuro? Saiba como preparar sua marca para conquistá-los. E economia afetiva, onde propósito é a chave dos negócios do futuro.


by Larissa Lima, Fashion Bubbles 



domingo, 20 de dezembro de 2020

 

Como é o processo de seleção de uma franquia?



Aqui, no Guia Franquias de Sucesso, você encontra muito conteúdo e dicas para escolher a franquia ideal. Mas, o que acontece depois que o candidato toma essa decisão? Você sabe como funciona o processo de seleção de uma franquia por parte do franqueador? Entende quais são as etapas entre a escolha da franquia e a abertura da unidade? 

Trouxemos um conteúdo completo sobre o processo de seleção de uma franquia, como ele funciona e qual o papel – tanto do franqueador, quanto do franqueado – em cada uma de suas etapas. 

Coleta de informações por parte do franqueador

Este primeiro momento da seleção acontece quando o interessado manifesta o interesse em abrir uma franquia – normalmente preenchendo uma ficha cadastral no site da rede ou em portais parceiros. 

O cadastro permite que o franqueador colete dados básicos do candidato e possa fazer uma triagem daqueles que mais se encaixam no perfil que a rede de franquias deseja.

“Basicamente, se analisa se a região em que o interessado está faz parte do plano de expansão da marca, se há disponibilidade de tempo para operar o negócio e qual o valor de investimento disponível”, revela José Fugice, CEO da Goakira, consultoria especializada em franquias.

A incompatibilidade nesses quesitos pode acarretar muitos problemas para ambas as partes no futuro, por isso, é importante fazer essa triagem logo no começo e evitar atritos.

Reunião de apresentação das partes

Ao receber a ficha cadastral de um novo interessado, é comum que a franqueadora entre em contato por e-mail ou por telefone para transmitir mais informações e materiais sobre a franquia.

Se gostar do que viu, o candidato pode agendar uma reunião para conversar com um consultor e tirar suas dúvidas iniciais sobre o negócio. 

Neste momento, o possível franqueado vai conhecer os detalhes da operação e os resultados esperados. Já o franqueador deve se familiarizar com o perfil do candidato e observar se os seus desejos e expectativas estão dentro das projeções da marca. 

Entrevistas de aprofundamento

Depois de uma primeira entrevista, a próxima fase do processo de seleção de uma franquia são as avaliações. O franqueador pode aplicar alguns testes comportamentais para mapear o perfil psicológico do candidato, a fim de descobrir se existe, de fato, uma compatibilidade entre as partes.

Por outro lado, o investidor também pode – e deve – aproveitar esta etapa para conhecer melhor a franqueadora. Além de manter o contato com a rede e tirar as dúvidas que forem surgindo, também é interessante contatar franqueados e ex-franqueados.

“Não existe, na minha opinião, melhor pessoa para passar informações sobre uma rede de franquias senão os franqueados e os ex-franqueados. É uma forma de confirmar se, de fato, aquela franquia vai entregar o que você quer, seja pessoalmente ou profissionalmente”, pontua José Fugice.  

Entrega da Circular de Oferta de Franquia (COF)

Caso o candidato seja aprovado e decida seguir com o processo de seleção de uma franquia, o franqueador deve receber a Circular de Oferta de Franquia (COF).

De acordo com a nova Lei de Franquias, a Lei 13.966/19, é obrigatório que este documento seja entregue ao investidor e que contenha todos os dados essenciais a respeito da proposta, como valor de investimento, faturamento, prazo de retorno, deveres, prazo de contrato, etc. 

E é indispensável que o futuro franqueado leia bem este documento antes de fechar qualquer negócio!

Para isso, pode ser interessante ter o apoio de uma consultoria jurídica que esteja por dentro da Lei de Franquias e possa certificar de que os pontos abordados no documento estão de acordo com a legislação. 

Análise de compatibilidade

Essa etapa do processo de seleção de uma franquia consiste em uma profunda avaliação de todas as informações e e documentos que foram apresentados.

Enfim, o interessado precisa considerar todos os dados para analisar se a parceria é válida. E, para isso, é fundamental fazer um análise cuidadosa. Então, nada de tomar decisões apressadas! 

“É muito importante analisar, consumir conteúdo, assistir vídeos no YouTube e refletir sobre todas as informações coletadas para que o investidor esteja melhor preparado para essa jornada”, alerta Fugice. 

Assinatura de contrato

Se as duas partes ficaram satisfeitas com o que viram e estão dispostas a fechar negócio, uma última reunião será agendada para a assinatura do contrato. Algumas vezes, todo o comitê da rede de franquias está presente.

Após essa etapa final do processo de seleção de uma franquia, começam os preparativos para a abertura da nova unidade, que pode contemplar reuniões de planejamento, busca pelo ponto comercial ideal, treinamentos, desenvolvimento de estratégias e acordas em contrato. 




by Thabata Delfina, Guia Franquias de Sucesso

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

 

Incerteza sobre taxas atrasa adesão ao Pix entre pequenas empresas


                        Imagem criativa sobre o serviço de pagamento PIX. (Fernanda Giulietti/Folhapress)


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de o Pix estar operante desde 16 de novembro, são poucos os pequenos e médios empresários que já oferecem o método de pagamento aos seus clientes ou que começaram a adaptar os seus sistemas à modalidade.

"Ainda existe muita dúvida com relação às taxas e tarifas que serão cobradas na modalidade", afirmou o gerente executivo da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), Daniel Sakamoto.

Dos cinco maiores bancos, apenas Bradesco e Itaú informaram qual será o custo do Pix para contas de pessoas jurídicas depois de um período promocional de isenção (1,40% e 1,45%, respectivamente). Entre as seis maiores adquirentes, apenas duas já anunciaram o custo da cobrança por Pix por meio da maquininha, que variam de 0,99% (Mercado Pago) a de até 1,89% (PagSeguro).

A maioria das instituições concedeu de três a seis meses de isenção para os empresários que querem oferecer o Pix como meio de pagamento.

"Não sabemos quanto vão cobrar da gente. Enquanto não definirem tarifas, não temos como saber se vamos adquirir. Tem empresa que cogita cobrar 1,49% por Pix, que é mais caro que o débito. Isso precisa ser definido. Como usar algo que não sabemos o custo?", questiona Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (associação dos restaurantes).

Apesar da incerteza quanto a cobrança no futuro, os valores já divulgados são menores do que os cobrados para transações de crédito ou débito, que variam de 1,69% a 6,40%.

"Não me passaram taxa nenhuma. Se for menos que cartão, a gente pode sentar e conversar" afirma Sheila Simantob Fridman, dona de uma loja de roupas femininas em Alphaville (SP).

A empresária, que tem cerca de 80% do seu recebimento no crédito, não sabia que as maquininhas podem processar pagamentos por Pix. Segundo ela, nenhuma cliente pediu para pagar pelo sistema até o momento.

Segundo Tito Bessa Júnior, dono da rede TNG e presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), cerca de 70% do recebimento dos lojistas é no crédito.

"Se a loja não tem Pix, não faz diferença no momento. Os clientes que querem pagar com esse meio são poucos e, se o lojista não aceita, ele paga com cartão", afirma.

Ele conta que, por ser um sistema novo, muitos empresários têm dúvidas e inseguranças em relação a fraudes.

"A grande maioria das lojas pequenas não está preparada para o Pix. Na TNG eu nem comecei ainda, estou negociando contratos, mas não é uma prioridade. Vai começar no próximo ano. O Pix alivia os custos, mas, se não tiver parcelado, não vai ajudar a vender mais."

Pesquisa da Stone feita com 1.065 mil lojistas de todas as regiões do Brasil entre 4 e 6 de novembro aponta que 77% ainda não estavam ou não sabiam se estavam preparados para incorporar o novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central e 36% o desconhecem.

No levantamento, 37% dos empreendedores se sentem inseguros em relação ao Pix. As principais dúvidas são sobre segurança (38,8%), usabilidade (34,9%), funcionalidades (30%) e custos (47,1%). Apenas 16,2% dos entrevistados se disseram esclarecidos.

Dentre grandes varejistas, o cenário é diferente. Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Raia Drogasil, Grupo Guararapes e Petz, por exemplo, já aceitam Pix como forma de pagamento em todas as suas lojas físicas.

Segundo Antônio Wagner Neves, presidente da franquia de lanchonetes The Burgers, o único impedimento para os pequenos e médios empresários adotarem o Pix é a falta de demanda e conhecimento dos clientes.

"Precisa ter procura. Eu como pessoa física já faço transferências pelo Pix, mas a maioria dos meus clientes ainda não. Meu público é classe C, não sabe o que é Pix."

Para impulsionar o recebimento via Pix, o empresário Igor Hadad Macarios, dono da Lojas Magui, de vestuário, ensinou seus clientes a utilizarem a tecnologia.

"Com a liberação do Pix, gravamos um vídeo em parceria com a Stone para explicar como funciona e já temos clientes se cadastrando, usando e adorando", diz Macarios.

Ele conta que fez cerca de dez vendas pelo novo sistema. "Para o lojista, faz diferença o dinheiro cair na hora. É mais fácil que cobrar no boleto".

Segundo o presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Nabil Sahyoun, existe um problema de desconhecimento também por parte dos lojistas.

"Tudo é muito novo e as empresas ainda estão adaptando seus sistemas ou tentando entender como a demanda do consumidor será, principalmente agora no Natal. Muitos também não têm uma compreensão total do modelo, mas é questão de tempo."

Luciano Antônio Halada de Carvalho, 35, proprietário da padaria Big Bread em São Paulo, afirma que oferece o Pix como forma de pagamento aos seus clientes desde o seu lançamento e que já nota diferença no caixa.

"O funcionário mais caro que temos na empresa é a credenciadora porque, mesmo quando negociamos os preços, as taxas de débito e crédito são bem maiores. E como o nosso volume de vendas é alto, uma redução nesse custo acaba sendo significativa."

Os clientes da Big Bread podem pagar pelo que consumiram direto na comanda, que conta com um QR Code e um código de barras. "A participação da modalidade nas vendas ainda é baixa, mas vemos uma demanda crescente. As pessoas já começam a se interessar e a querer experimentar", disse Carvalho.


by ISABELA BOLZANI E JÚLIA MOURA, Yahoo Finanças

 

Por que o excesso de trabalho é tão glamourizado?



O Twitter está repleto de posts de pessoas reclamando por estarem muito ocupadas, como a clássica foto de um café com a legenda: “não deu tempo de comer mais nada o dia todo”

Uma das vantagens de trabalhar em casa é poder aproveitar as sobras do dia anterior para preparar almoços elaborados. No entanto, as redes sociais passam a impressão de que todo mundo está ocupado demais para fazer isso.

Parece até que ter tempo para comer significa falta de dedicação ou problemas com o trabalho. Desse jeito, nem dá vontade de almoçar.

Antigamente, quem era mais rico trabalhava menos, e a riqueza era medida pelos hobbies e viagens que ocupavam o tempo livre dessas pessoas. Por outro lado, os menos privilegiados precisavam trabalhar mais e, portanto, tinham menos tempo livre.

No entanto, as coisas foram mudando ao longo dos anos. Hoje em dia, as pessoas mais ocupadas são consideradas as mais bem-sucedidas. Não ter tempo para nada deixou de ser um problema e virou símbolo de status, de que as habilidades dessa pessoa ocupadíssima têm grande valor para o mercado de trabalho.

Em uma série de estudos publicados pelo Journal of Consumer Research em 2017, os pesquisadores criaram um perfil fictício no Facebook e pediram que alguns voluntários analisassem os posts. Quando o assunto das publicações era trabalhar 24h por dia, os voluntários acreditavam que a pessoa tinha mais status e dinheiro do que quando mencionavam atividades de lazer.

Os pesquisadores também analisaram tuítes com ostentação disfarçada de reclamação e descobriram que vários eram relacionados ao excesso de horas de trabalho e à falta de tempo para descansar.

“Filmes, revistas e programas de TV populares, como os que revelam o estilo de vida dos ricos e famosos, destacam todo o dinheiro e o tempo livre que essas pessoas têm de sobra”, descreve Silvia Bellezza, professora de marketing na Columbia Business School, com a colaboração de Neeru Paharia, da Universidade de Georgetown, e Anat Keinan, da Universidade de Harvard.

“Esse estilo de vida de pura diversão geralmente era mostrado na publicidade de produtos inspiradores. No entanto, nos últimos anos, os anúncios com pessoas ricas relaxando na piscina ou em um iate, jogando tênis ou polo, esquiando e caçando (como as campanhas da Cadillac na década de 1990) vêm sendo substituídos por propagandas de pessoas ocupadas, que estão sempre trabalhando e não têm tempo livre para descansar ou se divertir”, explica a professora.

A ideia de que não ter tempo para nada além de trabalhar se tornou um símbolo de status faz cair por terra a teoria de consumo notável da “classe ociosa”, desenvolvida por Thorstein Veblen em 1899. A teoria afirmava que não trabalhar e ostentar o lazer e a riqueza com compras fúteis era o símbolo definitivo de status. Porém, hoje em dia, o valor não parece estar nas compras em si, mas no trabalho duro, ou pelo menos em divulgar todo esse trabalho.

De acordo com a pesquisa de Silvia, “a imagem positiva da ocupação e da falta de lazer como símbolos de status vem da percepção de que uma pessoa ocupada possui as características de capital humano mais desejadas e escassas no mercado de trabalho (como competência e ambição). A pesquisa revela outro tipo de consumo notável, que muda o foco da raridade e escassez de bens para a raridade e escassez de pessoas”.

Segundo Clara Wilcox, fundadora do The Balance Collective e coach de negócios e carreira, culturalmente, as pessoas costumam ser recompensadas por ações industriais, ou seja, por produzir coisas físicas que podem ser vistas e tocadas.

“Muitos dizem que essa ideia começa na escola. Os talentos e interesses de cada aluno são resumidos em notas, usadas para criar categorias e prever o potencial de cada um. Isso se transforma em uma cultura de presenteísmo na vida profissional, que recompensa quem passa mais tempo trabalhando. O sono é visto como algo flexível, não como uma atividade necessária para crescer, aprender e recarregar as energias”, explica Clara.

Clara comenta que rotinas matinais também são motivo de admiração. Executivos do Vale do Silício, como Jack Dorsey, CEO do Twitter, são conhecidos pelos banhos gelados, as meditações e os exercícios, para os quais de alguma forma encontram tempo de manhã antes de um dia cheio de trabalho. Essas agendas lotadas chegam a parecer atraentes, mesmo sendo tão extremas. No entanto, para quem não é um bilionário da tecnologia, a glamurização do excesso de trabalho traz riscos sérios e tangíveis para a saúde e o bem-estar.

“A valorização da ideia de estar sempre ocupado está aumentando os casos de esgotamento e de problemas de saúde mental, principalmente ansiedade e estresse”, menciona Clara.

“Nos últimos meses, com a imposição do home office e de um ritmo de vida mais lento, ficou claro que essa cultura de linha de produção não é necessária. Se continuarmos nesse caminho, priorizando os resultados e não o tempo dedicado ao trabalho, será possível criar um ambiente profissional mais saudável, criativo e produtivo”, ela conclui.



by Lydia Smith - Yahoo Finanças

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 

Comunicação e liderança: 3 dicas para lidar com crises

A forma como você se comunica com sua equipe é crucial em períodos como o que vivemos


Seja em incidentes do cotidiano, seja em momentos como os que estamos vivendo com a pandemia do novo coronavírus, a comunicação com os funcionários é um ponto fundamental para aqueles que ocupam posições de liderança.

Em artigo publicado no portal Inc., o escritor e fundador do FireMeIBegYou.com, Robbie Abed, reuniu algumas dicas formuladas a partir da experiência com CEOs e executivos. “Cada um lida com crises de uma forma diferente, eu entendo. Mas há formas com as quais líderes se comunicam com suas equipes que realmente se destacam das demais”, afirma o autor.

Veja as dicas abaixo:

Quando tiver de anunciar más notícias, faça isso de uma vez só

Independentemente da hora ou do dia, ninguém quer receber notícias ruins. Por isso, é melhor fazer o anúncio rapidamente. “Esconder más notícias ou adiar decisões causa confusão e ansiedade em toda a sua equipe. E quando você precisar que eles estejam mais focados do que nunca, vão passar o tempo se concentrando no desconhecido”, escreve Abed.

Por isso, o autor defende que, se precisar demitir, faça isso "de uma vez" — em vez de fazer uma reunião para anunciar que haverá cortes e não contar na mesma ocasião quem deixará a equipe, por exemplo. Além disso, aproveite para falar o que acontecerá em seguida.

Estabeleça que você está aberto para qualquer reunião com qualquer membro da equipe, a qualquer momento

“Quando as pessoas não têm certeza sobre o que está acontecendo em suas vidas e carreiras, elas ficam agitadas e imprevisíveis”, escreve o empreendedor. Ele conta que teve um cliente que fez um ótimo trabalho comunicando más notícias e especificou que estava aberto a telefonemas ou videochamadas a qualquer momento. Ele até deu seu número de celular e e-mail para que todos pudessem entrar em contato, mesmo sem hora marcada.

Como esperado, empregados falaram diretamente com ele, que pôde acalmá-los e redefinir expectativas. “Sim, a medida demanda muito tempo, mas, no final, valeu a pena para ele, para a empresa e a equipe”, diz Abed.

Em experiência oposta, o empreendedor conta já ter visto executivos que deram más notícias numa segunda de manhã, mas sem especificar o que aconteceria com os empregados. Todos ficaram pensando se perderiam seus empregos ou se os salários seriam reduzidos, o que não foi esclarecido diretamente. Mas o maior erro, de acordo com Abed, foi o fato de os líderes não se mostrarem disponíveis para conversar. Assim, a semana foi improdutiva e marcada por muita ansiedade.

Negócios são negócios, mas as pessoas sempre vêm em primeiro lugar

A forma como um líder trata seus empregados em tempos de crise determina quão leais os funcionários serão, quão duro vão trabalhar e, por fim, o próprio sucesso da empresa, defende o autor. “Para algumas empresas, os executivos fizeram cortes nos salários para reduzir as demissões, e isso sempre será apreciado. Agora é a hora de pensar em seu pessoal quando você se comunica claramente. Você provavelmente estava na posição deles em outra fase da sua vida, e agora não é hora de esquecer isso.”


by PEGN
 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

 

Por que as franquias fazem tanto sucesso?

Modelo de negócio tem menos riscos por já ter sido testado (e teoricamente bem-sucedido) em outro lugar; apoio do franqueador também é fundamental

                                              Franqueadores devem apoiar franqueados para negócio dar certo (Foto: Reprodução/Pexels)


A franquia é antes de tudo um modelo de negócio que deu certo — afinal, ela já foi testada pelo menos uma vez e teve resultados satisfatórios para que quisessem abrir outras unidades daquela marca. É por isso que o sistema é um sucesso e muitas pessoas desejam abrir uma franquia na hora de empreender.

“Quando o negócio é novo, você ainda precisa testar. Na franquia, já existe um produto que foi aceito, com valor especificado e um público-alvo definido”, afirma Davi Jeronimo, consultor de negócios do Sebrae. Com isso, ele diz, o risco de abrir um negócio assim é menor do que começar uma marca própria.

“Quando você compra uma franquia, pula praticamente 80% das etapas do mercado”, diz o consultor.

Dentro do setor, Jeronimo cita alguns tipos de franquia que fazem mais sucesso: as áreas de estética e alimentação. “Hoje em dia, especialmente em estética, os clientes são muito mais atraídos pelo nome da marca do que pelo profissional em si”, afirma. A marca já consolidada no mercado também é um fator — o cliente gosta de consumir aquilo em que confia. 

Outro ponto é a localização, já que muitas franquias têm um trabalho de geomarketing para identificar quais são os melhores pontos para abrir uma nova loja.

Perfil de franqueado

O profissional que vai abrir uma franquia é aquele que, provavelmente, quer um atalho no mercado. “Ele já sabe que busca uma marca bem definida. É um empresário que sabe mais o que esperar e onde quer chegar”, diz Jeronimo. O candidato a franqueado também pode ter mais capital disponível e vontade de investir em um negócio sólido.

O franqueador deve definir exatamente o perfil de franqueado que deseja. “Existem franquias que fazem testes exaustivos com o candidato antes de fechar negócio. O franqueado ainda passa por treinamento depois. Ele não vai ser apenas mais um”, diz o consultor.

Mas atenção: abrir uma franquia não significa ter um negócio livre de riscos. Ainda é preciso fazer pesquisas para entender se aquela marca faz sucesso no mercado, se os franqueados estão satisfeitos e se o franqueador dá todo o suporte. Caso a franquia só se interesse em vender a unidade sem dar apoio ao franqueado, torna-se uma cilada.

E, sem dar suporte, a franqueadora também causa prejuízo à própria marca. “Ela tem que ser fiel àquilo que está vendendo ao empresário”, diz o consultor. “Quanto maior o apoio entre franqueador e franqueado, maior é a chance de um negócio de sucesso.”


by Carina Brito - PEGN

 

Franquias: 5 armadilhas para evitar ao escolher uma marca

Escolher uma rede para investir não é uma tarefa fácil; é necessário estar atento aos números e a questões contratuais. Saiba o que fazer.

Evitar armadilhas no início pode reduzir sofrimento no futuro (Foto: Pexels/Reprodução )


Comprometer-se com uma franquia é ter em mente que se trata de um negócio como qualquer outro. É preciso estar disposto a se entregar ao empreendimento para gerir uma unidade e, assim, obter sucesso. Apesar disso, o caminho até a compra da franquia não é tão simples. No processo de escolha, o candidato deve se atentar a detalhes e questões importantes a fim de eleger a marca que mais se encaixa nas sua expectativas como empreendedor.

“O processo de escolha de uma franquia é feito por meio de um funil em que você começa com um número bem grande de possibilidades e, de acordo com os critérios que você adota, esse funil vai estreitando”, afirma Rogério Gama, psicólogo, consultor em franquias e diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Franchising (ABF) no Rio de Janeiro.

Segundo o especialista, existem algumas armadilhas que devem ser evitadas para que a experiência como franqueado não seja desagradável no futuro. Confira quais são elas:

1. Apenas gostar da marca não é o suficiente

Gama afirma que gostar de uma marca não é o suficiente e que é importante gostar da operação em si. Além de ter afinidade com os produtos que serão vendidos naquele determinado negócio, é necessário estar atento aos processos por trás do balcão que envolvem a vendas. “Operar uma franquia não tem nada a ver com gostar da franquia como cliente”, alerta Gama.

Para ilustrar, ele utiliza o caso de uma cafeteria. Uma pessoa pode amar tomar café em determinado estabelecimento com os amigos, mas não se daria bem trabalhando em um deles. Isso pode acontecer pois o dia a dia da cafeteria não é compatível com os gostos e expectativas do candidato – que muito provavelmente terá que enfrentar o trabalho em um ambiente quente de cozinha, com boa parte do trabalho feito de pé.

Além disso, Gama aponta que o empreendedor deve se atentar à longevidade da marca frente ao mercado e recomenda que se tome cuidado com as tendências. “É importante tentar estimar se aquele negócio é um modismo e se tem chance de futuro”, afirma. “Existem franquias que estão fazendo sucesso e, geralmente, os candidatos procuram as marcas que estão em maior visibilidade. Mas ninguém para pra pensar que não é o sucesso que a rede teve até hoje que vai dar dinheiro pro franqueado”, completa.

2. O investimento inicial da franquia pode ser maior

Um dos primeiros passos ao pensar em adquirir uma franquia é saber se o investimento necessário para a compra cabe no orçamento. Segundo Gama, um dos quesitos principais é se informar dos pontos que compõem o investimento inicial proposto pelo franqueador.

“Uma série de itens que compõem o investimento inicial vem em menor quantidade ou com valor mais baixo”, ressalta. O consultor destaca que existem diversas taxas, como a de franquia e de locação do ponto físico, que podem não estar incluídas no valor do investimento inicial. Consequentemente, o capital realmente necessário para que a loja seja adquirida é maior. 

Outros pontos que compõem este montante e que podem não estar expressos no valor total dizem respeito, por exemplo, aos valores de locação de espaços e a itens que são colocados como opcionais, mas que, na verdade, são indispensáveis, como circuito interno de segurança.

3. Promessas de retorno financeiro não se cumprem

Um dos objetivos, em qualquer negócio, é ganhar dinheiro. Gama aponta que, muitas vezes, as franquias apresentam ao candidato uma média de meses para que o investimento inicial retorne ao bolso do empreendedor – e isso está ligado à lucratividade das operações. Para que o retorno aconteça, é necessário, antes de tudo, que as contas da unidade atinjam o ponto de equilíbrio, ou seja, que a receita se iguale às despesas. 

O diretor da ABF-Rio afirma ainda que essa situação naturalmente já demora a acontecer. Se as vendas não forem como esperado, o retorno real poderá não ser condizente com aquele que foi prometido pelo franqueador. “O candidato à franquia precisa entender como foi obtida essa informação de que o ROI vai acontecer em 36, 24, ou seja lá o que for que a empresa anunciar. É importante que ele faça essa conta”, alerta.

O cálculo para obter o resultado final é simples: basta dividir todo o investimento inicial pelo número de meses em que a franqueadora estima que o retorno aconteça. Com isso, é possível saber o quanto de lucro será necessário ter por mês até o final do prazo total até chegar ao capital retornável. Para ter ainda mais certeza da informação, converse com franqueados e ex-franqueados – que constam, obrigatoriamente, da circular fornecida ao candidato – para ter acesso a números reais e precisos de baixo, médio e alto faturamento.

4. Expectativa de retorno alto com investimento baixo

Gama faz este alerta especialmente às pessoas que se interessam pelas microfranquias. Segundo a ABF, o investimento nessa modalidade deve ser de até R$ 90 mil. De acordo com ele, o retorno no futuro é proporcional ao valor aplicado na compra. “Quanto menor o investimento, menor o resultado”, diz. “É importante chamar a atenção das pessoas de que a microfranquia é algo de baixo custo, mas que o investimento retorna na medida.”

5. Os pormenores de um contrato de franquias

É no contrato que todos os detalhes que permeiam a compra e o funcionamento da franquia estarão descritos. Por isso, é preciso ter atenção redobrada. Gama recomenda que, neste momento, o candidato à franquia conte com a ajuda de consultores e advogados para ver se as regras e as multas estão coerentes e de acordo com a lei. Isso evita que, no futuro, o empreendedor arque com consequências financeiras que não estavam previstas e que possa agir dentro das regularidades da franquia ao longo da jornada empreendedora.





by Giovana Oréfice - PEGN