Você realmente sabe quem você é?
Eduardo Ferraz
Quem você realmente é? Uma pessoa dinâmica e empreendedora ou alguém impulsivo e agressivo? As definições que você interpreta sobre seus comportamentos nem sempre são reais. Já se perguntou como as pessoas a sua volta o veem, de verdade? O ser humano distorce as suas percepções para sentir-se mais competente do que é. A maioria das pessoas tende a exagerar suas habilidades e a não reconhecer suas falhas, e a maior consequência é que estas distorções induzem as pessoas ao erro, o que quase sempre as deixam frustradas e infelizes.
Uma pesquisa realizada pela Right Management, empresa especializada em soluções de consultoria, com quase seis mil participantes, mostrou que 48% responderam que “não estão felizes no trabalho”. Essa infelicidade provavelmente é fruto do baixo autoconhecimento, pois é comum as pessoas aceitarem um emprego sem analisar se as suas características de personalidade têm relação com o desafio do cargo.
Se, por exemplo, você se acha uma pessoa super divertida, e nem seus amigos o convidam para sair, provavelmente sua autopercepção está errada. Uma maneira de diminuir a distorção entre suas percepções e as dos outros sobre você é usar a Janela de Johari – criada em 1955 por dois psicólogos americanos, Joseph Luft e Harrington Ingham.
Vamos a elas:
- · Arena: nesta janela se encontram os comportamentos conhecidos por você e por aqueles com quem você convive. Todos deveriam aumentar sua arena, pois os pontos fortes ficam mais evidentes e acabam sendo valorizados. Os pontos fracos também ficam explícitos, dando-lhe a oportunidade de ajustá-los ou aceitá-los melhor.
- · Mancha cega: aqui a pessoa não percebe o impacto (positivo ou negativo) que os seus comportamentos causam, mas quem convive com ela percebe imediatamente. Para diminuir essa janela, você precisa aceitar feedbacks e analisá-los como caminho para se conhecer melhor. Reconhecer uma crítica não significa mudar a personalidade, e sim entendê-la melhor;
- · Fachada: são os comportamentos que, pelos mais diversos motivos, a pessoa conhece, mas não quer que os outros conheçam. É na fachada que está a intenção de controlar os outros. Mas, atenção: jogar muito tempo na fachada é um péssimo negócio, as empresas podem não ter tempo para esperar que suas verdadeiras atitudes sejam mostradas;
- · Desconhecido: representa fatores a personalidade que a pessoa não tem consciência e que os outros a sua volta também desconhecem. É o quadrante das motivações inconscientes.
*Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas e especialista em treinamentos e consultoria In Company,com aplicações práticas de Neurociência comportamental. Possui mais de 30.000 horas de experiência prática. Autor do livro “Por que a gente é do jeito que a gente é?”, da Editora Gente. Para mais informações, acesse:www.eduardoferraz.com.br
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