segunda-feira, 11 de julho de 2011

Como Pagar seu MBA

Como pagar seu MBA

Se você vai encarar o desafio de buscar o diploma e já sabe que não vai contar com o apoio da empresa, se prepare para disputar bolsas

Bruno Vieira Feijó

A sigla tem só três letrinhas, mas o custo de um MBA pode chegar a seis dígitos. No Brasil, os melhores custam mais de 40 000 reais. Nos Estados Unidos, 150 000 dólares, com moradia e alimentação. Como bancar essa bolada? Segundo números coletados pela Nielsen para o Guia VOCÊ S/A – Os Melhores MBAs no Brasil 2009, em comparação com 2007, mais empresas subsidiam parte do custo do MBA para seus funcionários. Há dois anos, 14% das empresas (em que os alunos pesquisados trabalham) subsidiavam parte do curso. Hoje, esse valor passou para 30%. Por outro lado, atualmente, só 13% das companhias pagam o curso integralmente, ante 32% em 2007. Veja como conseguir o montante.

NA UNIVERSIDADE
Aqui e lá fora, há duas formas de buscar ajuda com a escola. As bolsas por mérito, que não exigem reembolso, e as que são reservadas para minorias raciais. Mas, se o aluno tiver um histórico excepcional, as instituições têm interesse em mantê-lo e podem negociar facilidades. No exterior, o que mais conta na hora de conseguir o financiamento é uma boa nota no GMAT ou no SAT, testes que medem aptidão lógica e verbal em inglês. No Brasil, não são todas as faculdades que ofertam bolsas.

O Insper - Ibmec São Paulo, possui. O que as escolas costumam conceder são créditos, seja por fundos da própria instituição, seja por parcerias com os bancos. "No exterior, a vantagem do empréstimo intermediado pela escola é o prazo generoso de 5 a 20 anos para pagar e juros baixos, em torno de 12% ao ano", diz Ricardo Betti, diretor da consultoria MBA Empresarial, de São Paulo. Segundo Ricardo, em breve os juros devem se normalizar em 7% ao ano, pois o principal financiador de MBAs nos Estados Unidos, o Citibank, cancelou seu programa no auge da crise econômica, inflacionando o crédito. Universidades americanas como Harvard e a de Chicago, no entanto, já conseguiram alternativas com outros fundos.

FINANCIAMENTO BANCÁRIO
Um financiamento pleiteado diretamente no banco é a modalidade mais cara para cursar um MBA, embora na maioria dos casos seja a única opção para a mensalidade caber no bolso. No Brasil, o Santander e a Caixa Econômica Federal estão entre as instituições financeiras que mantêm convênio com as universidades. Os juros variam de 1,5% a 2,5% ao mês e o prazo, de dois a três anos.

A soma de juros ao ano é de 30%, em média, e o ideal é não comprometer mais de 30% da renda com o curso. Se você parcelar no banco, diga na universidade que pagará à vista, para ganhar um desconto. Quem se planeja ainda pode entrar num consórcio. Desde fevereiro, uma lei permite que se formem grupos para financiar serviços que custem de 4 000 a 20 000 reais com taxas mais baixas que as de um financiamento bancário comum. Mas o prazo de espera pode chegar a mais de um ano.
Ao todo, 43% dos alunos têm ajuda da empresa para pagar o curso

BOLSAS DE INCENTIVO
Há apenas duas entidades brasileiras que concedem bolsas para MBAs, variando entre 20% e 40% do valor do curso: a Fundação Estudar, em São Paulo, e o Instituto Ling, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O valor pode ser restituído aos poucos, sem juros, após os estudos. Há inscrições todos os anos. “Só concedemos bolsas para quem demonstra ser batalhador e passou em universidades que aparecem nos primeiros lugares dos rankings. Neste ano, incluindo as graduações, dos 4 200 inscritos apenas 34 conseguiram”, diz Thais Junqueira, diretora executiva da Fundação Estudar. O British Council, órgão educacional do governo britânico, também fornece bolsas para profissionais em início ou meio de carreira que se destacam em sua área e buscam pós-graduação no Reino Unido. Neste caso, a bolsa não precisa ser restituída.

Antecipe-se

O engenheiro Rafael Moulin Pinheiro, de 32 anos, analista de planejamento da Promon, no Rio de Janeiro, cursou MBA no IE Business School, na Espanha, em 2006, com os próprios recursos. Antes, ele havia sido aprovado em outra universidade, mas não conseguiu bolsa de estudo e levou mais dois anos. “Já tinha economias, mas não passavam perto”, diz. O planejamento, prevendo problemas, precisa começar 24 meses antes das inscrições, o recomendado para papelada, testes e bolsa.
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