domingo, 5 de maio de 2019

Profissão do futuro: descubra o que faz um gerente de diversidade


Entenda como funciona o cargo e quais empresas se engajaram na causa!
O ano mal tinha começado quando a H&M deu o primeiro close errado de 2018. O motivo? Uma campanha infantil em que um menino negro usava um suéter com a frase "Coolest monkey in the jungle" (o macaco mais legal da selva), enquanto um garoto branco vestia uma peça que dizia "Mangrove jungle survival expert" (Especialista em sobrevivência na selva). Depois da polêmica e acusações de racismo dos internautas, a empresa pediu desculpas e contratou um "líder global de diversidade". Nós fomos atrás de outras organizações que trazem a posição em seu escopo e -- bingo! -- descobrimos que essa é mesmo uma área em crescimento, principalmente em startups que estão bombando, multinacionáis e firmas supertecnológicas.
Formada em direito e pós-graduada em filosofia do direito, Mariana Macário, gerente de diversidade do Google Brasil, conta que sempre teve um senso de justiça social. "Já trabalhei com políticas públicas e estou na empresa há 7 anos. A representatividade é uma premissa da companhia, então as atividades já eram desenvolvidas por várias pessoas." O trabalho da profissional funciona como uma consultoria, interagindo com todas as áreas da empresa, verificando as demandas e traçando planos e soluções que estejam alinhados com a filosofia do Google. "Trabalhamos também com o treinamento dos funcionários, trazendo consciência aos que ainda têm um pensamento preconceituoso enraizado. É muito importante que não seja só um discurso. Nós trabalhamos ativamente para que isso se torne parte da cultura", explica.
Quem também faz um trabalho superbacana na área é o Facebook, que conta com uma equipe e uma diretora global de diversidade e inclusão desde 2013. Maxine Williams é a cabeça da área e já conquistou avanços super-relevantes. "Anunciamos há um tempo que homens e mulheres ganham o mesmo valor em trabalhos similares. Além disso, os dois têm o mesmo tempo off de licença-maternidade em todos os países. Hoje, há funcionários que são de origens diferentes e que se sentem capacitados para discutir seus papéis na empresa", diz. " Ter uma equipe diversificada é essencial para garantir os melhores serviços para as comunidades no Facebook. Acreditamos que é importante para todos em uma empresa fazer da diversidade um dos princípios."  
Algumas organizações acharam um jeito diferente de colocar o assunto na pauta das prioridades. O GuiaBolso, uma das startups que mais cresce nos últimos tempos, organiza comitês para falar de diversos assuntos, incluindo a diversidade. O grupo, que é composto pelos próprios funcionários que se interessam pelo tema, se reúne frequentemente e realiza ações dentro da empresa. Lais Domeneghetti, CRM Lead e membro da Comissão, conta que na companhia há um encontro quinzenal para compartilhar experiências. "30% dos cargos de liderança é ocupado por mulheres. Existe um projeto para aumentarmos a contratação do público feminino e negro principalmente na área de tecnologia", conta Lais
Na moda, a área ainda engatinha. A C&A leva o assunto à tona também com um esquema de comitê, enquanto outras grandes marcas não têm representantes especializados no assunto. Luiza Brasil, nossa colunista, já prestou consultoria para diversas marcas e acredita que falta muito para o setor chegar lá. "Os negros, por exemplo, estão cada vez mais estampando capas de revista e ganhando uma notoriedade de imagem. Mas as empresas ainda não se preocupam com a ocupação nos espaços em termos intelectuais: departamentos, cargos de liderança, presidência. Queremos mais do que ser imagem. Queremos colocar nossas ideias em prática e a moda ainda é um lugar que tem bastante deficiência em entender o negro como intelectual." A gente espera que esse cenário mude daqui para a frente, porque o mundo fashion precisa de representatividade total. E nós estamos de olho.
by Isabela Serafim 

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