domingo, 26 de agosto de 2018

Trabalhar menos pode aumentar a produtividade de funcionários: entenda

Empresa da Nova Zelândia exibiu resultados positivos ao oferecer uma jornada de trabalho de quatro dias semanais (com as mesmas remunerações)


O desenvolvimento de tecnologias e a "flexibilização" das normas de trabalho não devem apenas servir aos interesses das empresas, certo? Para provar que os trabalhadores também podem se beneficiar de mudanças nas relações laborais, uma empresa da Nova Zelândia divulgou resultados positivos após fazer um teste de dois meses em que diminuiu a jornada para quatro dias semanais— com as remunerações mantidas como em uma semana cheia.
De acordo com os resultados divulgados pela Perpetual Guardian, companhia de seguros e de planejamento imobiliário, 78% dos funcionários que participaram da experiência afirmaram que conseguiram balancear suas atividades profissionais com a vida fora do escritório: isso possibilitou que a produtividade aumentasse, já que os trabalhadores estavam mais focados quando estavam na empresa. 
Pesquisadores especialistas em sociologia do trabalho afirmam que a reprodução das atividades laborais sem um "respiro" são responsáveis pelo prejuízo das relações sociais e, consequentemente, da diminuição da produtividade dentro do escritório. “Você não questiona, vive um fluxo. Trabalha e descansa para recuperar as energias para o trabalho”, diz a socióloga Valquíria Padilha em entrevista concedida à GALILEU em abril. Ou seja: até nas horas livres estamos a serviço do trabalho.
Com um modelo que busca maximizar a produção e evitar o desperdício de tempo e dinheiro a qualquer custo, as atividades também se tornam mecanizadas — há quase nada de espaço para a criação e o livre pensar. Não é de se espantar que a maioria das ocupações seja exercida por obrigação. “Meu ponto é: se o trabalho é doença, o lazer é remédio?”, questiona Padilha. Iniciativas como a da Perpetual Guardian mostram que é possível fazer diferente. 
by Redação Galileu

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