3 lições do Habib´s para quem quer empreender
Filho de imigrantes portugueses, Alberto Saraiva sonhava em ser
médico. Depois de três anos de curso preparatório, conseguiu uma vaga na
graduação da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Mas, no primeiro ano do
curso, um trágico incidente o desviou de seu rumo.
Alberto Saraiva, fundador do Habib's: negócio da rede é
preço baixo e alto volume
“Meu pai se mudou para São Paulo e comprou uma padaria na
Freguesia do Ó. Poucos meses depois, a padaria foi assaltada e ele faleceu
durante o episódio. Tive que trancar a faculdade para assumir o lugar dele. Era
a pior padaria do mundo”, conta Saraiva. A solução para salvar o negócio? Vender pão barato, muito mais barato que a
concorrência.
Foi com este modelo que ele fundou negócio atrás de negócio –
foram botecos, cantinas, pizzarias e pastelarias – e vendeu negócio atrás de
negócio, até acertar em cheio com a bandeira Habib´s e guardar definitivamente
na gaveta o diploma de médico, que fez questão de receber, apesar de nunca ter
exercido a profissão.
Confira a seguir algumas lições que podem ser tiradas da
trajetória de sucesso de Saraiva e aplicadas ao seu negócio:
1. Encontre um diferencial
Em todos os negócios que montou, Saraiva apostou na mesma
fórmula: vender barato e vender muito. “Para salvar a padaria,
vendia o pão 30% abaixo da tabela da Sunab. Em pouco tempo tinha fila de
padeiros na porta querendo comprar o meu pão para revender”, relembra.
Foi com a mesma estratégia que ele transformou comida árabe em
fast food, destacando-se da concorrência pela estratégia agressiva de preço.
“Quando inaugurei o Habib´s, determinei que três esfihas custariam o preço de
um cafezinho. E é assim até hoje. Com o preço de um combo do fast food
concorrente, você come 20 esfihas do Habib’s”, gaba-se.
2. Coloque a mão na massa
Antes de abrir a primeira unidade do Habib´s, na Rua Cerro Corá,
Alto da Lapa, em São Paulo, Saraiva colocou a mão na massa. Foi com Paulo Abud,
cozinheiro de mão cheia que trabalhou durante muitos anos em restaurantes da
região da Rua 25 de março - reduto da imigração árabe na cidade -, que Saraiva
aprendeu a fazer esfihas.
“Eu estava abrindo um restaurante na Rua Lins de Vasconcelos e
ele, com 78 anos, veio me pedir um emprego de cozinheiro. Disse que não
aguentava a mulher buzinando no seu ouvido o dia inteiro”, relembra. Saraiva
garante que sempre aprendeu a fazer todos os pratos servidos em seus
restaurantes. “Aprendi desde cedo que tinha que saber como funcionava tanto a
parte da frente quanto a parte de trás do negócio”, diz.
3. Não tenha medo de diversificar
Embora o Habib’s tenha nascido como
uma rede tipicamente árabe, como o próprio nome denuncia, Saraiva não hesitou
em abrir o leque de opções. Itens como o pastel e a pizza – que o empreendedor
aprendeu a fazer durante suas experiências anteriores de negócio – e o
pastelzinho de Belém – herança da família portuguesa – foram parar no cardápio
do restaurante e nunca mais saíram de lá.
Recentemente, o bolinho de bacalhau também foi introduzindo no menu. Outro sucesso imediato. Sem medo de errar, Saraiva recheou cada vez mais o cardápio e multiplicou as fontes de receita da rede, que conta com mais de 340 unidades abertas e fatura R$ 900 milhões ao ano.
Recentemente, o bolinho de bacalhau também foi introduzindo no menu. Outro sucesso imediato. Sem medo de errar, Saraiva recheou cada vez mais o cardápio e multiplicou as fontes de receita da rede, que conta com mais de 340 unidades abertas e fatura R$ 900 milhões ao ano.
por Alexandre Pisapio
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