A transição de carreira demanda tempo, energia, investimento e que existe um tempo de maturação do profissional dentro de um novo cargo/empresa
Ao longo da jornada
profissional, nos deparamos com momentos decisivos onde é preciso ponderar o
que já foi realizado até ali, e decidir-se sobre os novos passos a serem dados.
Essa análise profunda sobre o futuro profissional, em alguns casos, pode
resultar em uma transição de carreira e o processo de mudança, apesar de ser
difícil e gerar resistência, muitas vezes se faz necessário.
Independente se o
motivo da mudança é insatisfação com o trabalho atual, com a falta de
perspectiva para carreira no mercado de trabalho, ou se é um desejo de aplicar
novas e diferentes habilidades no dia a dia, não se faz uma transição de
carreira do dia para a noite. O plano de carreira precisa ser uma bússola
estratégica para a mudança. Definir e encontrar esse norte é essencial para
escolher as ações que o colocarão mais próximo do resultado desejado e
encurtarão o caminho até o sucesso.
Pergunte-se de
maneira honesta, sem deixar a ambição de lado, e levando em consideração o que
te faria feliz: “onde eu quero estar nos próximos 5 e 10 anos?”. Tudo bem se a
imagem não estiver muito nítida, ou se você ainda não tiver ideia de como irá
conseguir concretizar essa meta. O mais importante é encontrar essa resposta e
experimentar a sensação de ter realizado esse sonho. Quando saboreamos a
conquista, mesmo que no campo das ideias, temos maior motivação para
realiza-la. Em se tratando do planejamento de carreira é indispensável sonhar a
longo prazo, no entanto, desenhar as ações para o próximo degrau é fundamental
e torna nossos sonhos mais palpáveis.
Depois de
reconhecer sua meta no curto, médio e longo prazo, passamos para a fase de
analisar essa transição. A tomada de decisão não pode ser feita apenas com base
em suas emoções. Está na hora de colocar sua inteligência emocional para
trabalhar e reconhecer que as insatisfações com o trabalho atual, fatores
externos, conflitos e momentos na vida pessoal irão atrapalhar o seu
julgamento. Ponderar os pontos positivos e negativos da carreira e do local de
trabalho é uma tarefa que deve ser feita com base em informação e análise de
dados.
Faça uma lista com
os prós e contras, e principalmente elenque de três a cinco motivadores de
carreira. O que é importante para você enquanto profissional, ambiente de
trabalho, qualidade de vida, flexibilidade de horário, liderança colaborativa,
plano de carreira, salário, pacote de benefícios, propósito. Cada pessoa
sustenta seus motivadores em pilares diferentes, você deve procurar quais são
os seus. Não tem certo e errado nessa hora! Depois de reconhecer os
motivadores, analise o quanto o seu trabalho e carreira atuais estão alinhados
com o seu sonho e quantos dos seus “pilares” você vivencia no dia a dia.
Com essa “fórmula”,
baseando-se em informação, converse com pessoas próximas a você, amigos,
mentores e líderes. Esses outros profissionais podem ter uma visão diferente e
acrescentar novos dados a sua análise, além de contribuir com outros pontos de
vista.
Para evitar
frustrações entenda que a transição de carreira demanda tempo, energia,
investimento e que existe um tempo de maturação do profissional dentro de um
novo cargo/empresa. Os três primeiros meses de uma nova colocação é o período
de adaptação. Os próximos seis meses é a maturação do profissional. Só depois
de passada essa fase é que podemos ver e colher os resultados. Não subestime
nem fique desmotivado durante essa curva de aprendizagem, ela é fundamental
para que você consiga consolidar seus novos conhecimentos e objetivos
profissionais.
É indispensável
pensar a carreira como um organismo vivo, que se modifica e se transforma a
cada dia. Portanto, busque fazer essa reflexão sobre o planejamento de carreira
ao menos uma vez por ano. Apesar de parecer doloroso, como dito no começo
do artigo, a transformação é necessária. Não
tenha medo de arriscar e buscar sempre o melhor para você!
(*) Diego Barbosa é headhunter da Yoctoo