quinta-feira, 31 de maio de 2012

Foi convidado para entrevista de emprego? Saiba o que perguntar



Na corrida pelos melhores, recrutadores estão abordando mais profissionais que sequer estão procurando emprego. Você sabe o que fazer neste tipo de situação?




Se você ainda não foi abordado por um recrutador para fazer uma entrevista de emprego – mesmo sem ter enviado seu currículo - prepare- se: com a ebulição do mercado de trabalho, esta prática está virando estratégia comum nas principais consultorias de recrutamento do país.

Mas como agir diante deste tipo de abordagem? Que tipo de perguntas devem ser feitas e quais estão fora de cogitação?

O que realmente importa ... para você?

Como tirar o máximo de proveito deste primeiro contato com o processo de seleção? “O básico é perguntar o que é fundamental para ele mudar de emprego”, afirma Alexandre Fantozzi, da Fantozzi & Associates.

“A vida das pessoas está agitada tanto recrutadores quanto profissionais querem poupar tempo. Assim só vai para entrevista presencial só se tiver perfil adequado”, explica Jaqueline Resch, da Resch Recursos Humanos.

Em outros termos, quanto mais você investigar sobre a posição neste primeiro contato, mais chances terá tanto de se preparar para a entrevista em questão quanto apenas seguirá para processos de seleção que realmente valem a pena segundo seus planos profissionais.

Por isso, antes mesmo da primeira abordagem, investigue quais fatores seriam determinantes para fazer você mudar de emprego. É com foco nestes itens que você deve direcionar suas perguntas e, até, decisão.

Salário não é tabu

Mas também não deve ser o ponto mais importante – se esse assunto não for tão decisivo assim para você. “Idealmente, não se pergunta isso logo numa primeira ligação. Mas se este ponto é o único fator que faria você mudar de emprego, esclareça”, diz Fantozzi.

O cargo e suas atribuições

Entender quais as responsabilidades do cargo em questão pode ser fundamental para passar para uma segunda etapa. Neste caso, vale, segundo Jaqueline, pedir que o recrutador envie por e-mail uma descrição do trabalho para o qual ele está convocando você para a entrevista.


Em alguns casos, contudo, o headhunter não pode revelar todas as informações sobre empresa e cargo para o potencial candidato. Neste caso, a dica é apostar em perguntas mais gerais.

"Se ele não pode falar o nome da companhia, é fundamental saber qual é a origem da empresa, tamanho e segmento. Essas três informações oferecem um bom panorama, sem revelar qual é o nome", diz Fantozzi.

Agora, se a dúvida em questão é salarial a dica é revelar qual é seu salário atual ou o valor mínimo que você aceitaria mudar de empresa. "Se a faixa salarial do profissional é de 10 mil reais e a oportunidade oferece 13 mil reais, então é atrativo. Agora, se o salário oferecido for de 8 mil reais, o recrutador avisará que a remuneração oferecida está fora das expectativas dele", afirma Jaqueline.

Networking

Por outro lado, é preciso cuidado para não queimar possíveis boas oportunidades. De acordo com Fantozzi, se você for abordado diretamente por uma empresa, seja bastante objetivo. "Dificilmente, a companhia terá mais vagas do que aquela que está oferecendo", diz.

Com consultorias de recrutamento, a história é diferente. Segundo o especialista, muitas vezes, o profissional pode não ser coerente para a oportunidade em questão, mas pode ser lembrado para vagas futuras. Por isso, é importante adotar uma postura generalista neste primeiro contato. Afinal, a vaga atual pode até não render um emprego. Mas nunca se sabe se, no futuro, outras melhores surgirão.

"Se você está sendo abordado tem direito de fazer perguntas. Mas é uma conversa de adulto. O recrutador pode ou não responder", afirma Jaqueline.

by Talita Abrantes

domingo, 6 de maio de 2012

O descompasso entre oferta e procura por mão de obra altamente especializada não é novidade no Brasil. Mas, em algumas carreiras, este apagão de mão de obra qualificada atinge níveis ainda mais preocupantes

10 profissionais ( muito ) raros no Brasil



Os "Moscas Brancas"


O descompasso entre oferta e procura por mão de obra altamente especializada não é novidade no Brasil.
Mas, em algumas carreiras, este apagão de mão de obra qualificada atinge níveis ainda mais preocupantes.

De tão raros, alguns profissionais são apelidados de "mosca branca" pelos recrutadores. O termo se refere aquele tipo de profissional que de tão especializado ( e demandado ) raramente está disponível no mercado. Se é que ele existe, em alguns casos.

Levantamento feito pela Consultoria Exec para Exame.Com mostra quais são os profissionais mais raros, atualmente, no mercado brasileiro.


Petróleo e Gás: Engenheiros e Técnicos para Upstream

A cadeia produtiva de óleo e gás, como um todo, vive um cenário de descompasso entre a oferta e a procura por profissionais. Mas conforme o levantamento da Exec, encontrar mão de obra especializada para atuação nos poços de petróleo é ainda mais difícil.

"Todo tipo de engenheiro que está envolvido em upstream ( que é a perfuração de poços ) está muito valorizado", afirma Carlos Eduardo Altona, sócio-diretor da Exec. O gargalo está na formação, altamente especializada, mas não somente.

"Este profissional fica muito tempo nas plataformas, por isso você precisa de um público mais jovem", diz o especialista. Em outras palavras, profissionais que estejam dispostos a passar um longo período longe de terra firme.


Construção: Gerentes e Diretores de incorporação com foco na captação de terrenos

A expansão do mercado imobiliário se, por um lado, tornou mais robustos os cofres das incorporadoras, por outro, tornou a disponibilidade de espaço para novas construções ainda mais diminutas.

Por isso, para encontrar esses locais é preciso um olhar clínico e muita experiência. Resultado? Faltam profissionais capazes de identificar este tipo de área. "Os diretores de incorporações com foco em captação de terreno tem uma visão ampla do mercado e são conectados para saber onde estão as áreas disponíveis", afirma Altona.

Mas isso não é tudo. O profissional que atua nesse tipo de cargo precisa ter um bom relacionamento com Prefeituras das cidades dos terrenos em questão e uma elevada capacidade de negociação.

"Tem que ter um perfil comercial, negociador. Tem que gostar de negócios. Normalmente este profissional é criado e formado em uma incorporadora", afirma o especialista.




Geração de energia. Gerentes e Engenheiros de obras

Para os projetos de geração de energia, o gargalo está no nível de especialização que esta missão requer. De acordo com Rodrigo Forte, sócio-diretor da Exec, dois tipos de profissionais são requeridos, porém raramente encontrados para esses megaempreendimentos.

Um deles é o engenheiro civil com experiência em grandes obras. O outro, o engenheiro mecânico, que tem a missão de instalar as turbinas, geradores e outros elementos para geração e distribuição de energia.

Mas o caráter técnico não é o único fator que torna esse profissional raro no mercado. "Essas obras são implantadas em locais isolados. Eles precisam estar dispostos a ficar bastante isolados por um bom tempo", diz Forte.

Segundo o especialista, o cenário complica ainda mais quando os projetos englobam novas modalidades de energia, como a eólica. "O Brasil é muito tradicional em hidroenergia, quando você parte para outras formas, não há tantos profissionais capacitados", afirma.

Agronegócio: Gerentes Agrícolas

A chegada de empresas multinacionais no mercado sucroalcooleiro no Brasil, deu um chocoalhão  nas usinas tupiniquins. Até então, as empresas do setor, eram formatadas em empresas de gestão tipicamente familiares. Com o novo cenário, tiveram de se profissionalizar.

E os gerentes agrícolas tiveram um papel de destaque nesta nova fase. "Estima-se que entre 60% e 70% do custo operacional de uma usina é a área agrícola. É aí que se consome mais investimento", afirma Forte, da Exec. Com isso, uma estratégia mal direcionada no campo e pronto: bilhões de dólares desperdiçados.

"O gerente agrícola é responsável por buscar a melhor lucratividade com o menor custo. Ele tem a responsabilidade técnica sobre um orçamento muito grande", afirma o especialista. O trabalho vai desde selecionar o tamanho da área a ser cultivada a determinar quais espécies de cana de açúcar serão plantadas, passando por escolha de fertilizante, de noções de condições climáticas. "É uma área com muitas variáveis", diz Forte. Fatores suficientes para incluir os gerentes agrícolas na lista dos moscas brancas dos recrutadores.

Gerentes de Planejamento Tributário (impostos indiretos)

Diante de uma carga tributária das mais complexas do mundo, as multinacionais que acabam de desembarcar no Brasil estão, literalmente, à caça de profissionais especializados em planejamento tributário que saibam tudo de impostos indiretos. 

"Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre as operações", diz Alona da Exec. "O entendimento desta legislação pode mudar desde a composição de um produto até a localização de um centro de distribuição. Para desempenhar este papel , o profissional deve entender muito do negócio em questão e saber, em detalhes, toda a legislação. Além, é claro, inglês fluente ( para atender as multinacionais ) e capacidade de fazer planejamento tributário estratégico.

"As empresas, no Brasil, não tem uma cultura de planejamento tributário". Mas com este profissional, podem economizar, dentro da lei, milhões de reais. 

Gerentes de Planejamento Tributário - Planejamento internacional Outbound

Mais e mais companhias nacionais estão desembarcando operações em outros países. "Do ponto de vista tributário, as companhias precisam saber como constituir essas novas operações de modo a economizar impostos", diz Altona.

Por isso, cresce a demanda por profissionais especializados em planejamento que saibam tudo sobre as peculiaridades do sistema tributário dos países destino. "Como você aprende isso? Na prática, geralmente, essas pessoas tiveram uma formação fora do Brasil", afirma.


Tecnologia - Gerentes de Venda para América Latina

Nos últimos anos, o Brasil virou sede de muitas empresas com operações na América Latina. "Isso é muito visível nas empresas de tecnologia, mas, há poucos executivos que tenham uma real experiência no desenvolvimento de negócios para América Latina", diz Forte.

Resultado? Faltam profissionais que compreendam as peculiaridades de cada país Latino Americano, saibam desenvolver estratégia de negócios de acordo com essas diferenças, tenham espanhol fluente, e principalmente, profundos conhecimentos de tecnologia.

Tecnologia - Engenheiros especializados em Cloud Computing

Até pouco tempo atrás, apenas promessas de um futuro promissor embalavam as decisões de quem decidia se especializar em computação em nuvem.

Os tempos mudaram (na velocidade da luz) e hoje, engenheiros que saibam desenvolver aplicativos para dispositivos móveis e para a nuvem estão mais do que em alta no mercado.

De acordo com os especialistas, cada vez mais busca-se engenheiros com um bom background técnico e conhecimento em cloud computing. "É uma evolução da internet que temos hoje", diz Altona.

 Tecnologia - Gerentes de Serviços

"Cada vez mais a tecnologia é uma commodity e os vendedores precisam estar preparados para não só vender produtos, mas a solução como um todo", diz o especialista. Neste quesito, os gerentes de serviços de tecnologia assumiram um papel essencial na pré e na pós venda.

"Eles estão assumindo uma abordagem consultiva para customizar a solução da companhia para a necessidade do cliente", afirma. Na prática, a tecnologia não é suficiente para atender a essa demanda. É preciso compreender, com profundidade, os negócios dos clientes para propor as melhores soluções.

"Ele tem que entender o produto, das possibilidades e também dos negócios do clientes", diz.

Educação/Editorial: Gerentes de Venda

"O mercado da educação cresce muito no Brasil. Há empresas estrangeiras comprando universidades e o governo que, bem o mal, cada vez mais cria programas para investir em educação", diz Altona. "É um mundo de oportunidades".

Mas faltam gestores com experiência no setor e capazes de desenvolver negócios com o governo. "O executivo precisa conhecer a Secretaria de Educação, as leis específicas e ter uma atuação sofisticada em marketing", afirma o especialista.

fonte: Talita Abrantes